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Pazuello prevê vacinação contra covid em 20 de janeiro "na melhor hipótese"

Anaís Motta, Rafael Bragança, Thaís Augusto e Kelli Kadanus

Do UOL, em São Paulo, e Colaboração para o UOL, em Brasília

07/01/2021 17h19Atualizada em 07/01/2021 20h43

O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou que a vacinação no Brasil deve começar em 20 de janeiro na "melhor das hipóteses" ou no máximo até o final de março em caso de eventuais problemas. A expectativa, segundo ele, é de cerca de 30 milhões de doses por mês, considerando a produção na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que está produzindo a AstraZeneca em conjunto com a Universidade de Oxford, e Instituto Butantan, que produz a CoronaVac em parceria com a Sinovac.

"Quando iniciaremos a vacinação no Brasil? Vou dar aos senhores três períodos: primeiro, até o dia 20 de janeiro, na melhor hipótese", afirmou o ministro. "Em média, estaríamos entre o dia 20 de janeiro e 10 de fevereiro. A hipótese mais alongada é final de fevereiro, meados de março, se a produção tiver qualquer percalço", disse o general.

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, o Brasil aguarda a chegada de insumos da Índia para iniciar a campanha de imunização. "A gente está com uma previsão de cinco a oito dias para chegarem os insumos da Índia, na melhor hipótese. Chegando em cinco dias, essas doses seriam rotuladas, o que é extremamente rápido, e a partir daí iríamos distribuir, por isso que entendemos na melhor das hipóteses dia 20", disse.

Até agora, o governo federal não havia anunciado datas para começar a vacinação. Ontem, Pazuello confirmou a compra de 354 milhões de doses (254 milhões da AstraZeneca e 100 milhões da CoronaVac) contra covid-19. Porém, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ainda não aprovou nenhuma vacina. O ministério já divulgou que aguardará a liberação da Anvisa para iniciar a campanha.

O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto para falar sobre a medida provisória editada ontem pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Pazuello ainda detalhou os planos de produção da vacina no Brasil: "O que é fabricado na Fiocruz: 15 milhões de doses por mês. No Butantan serão 9 milhões no primeiro mês, 15 milhões no segundo e 20 milhões no terceiro mês. Então, os nossos laboratórios vão produzir juntos algo em torno de 30 milhões de doses por mês".

Segundo o ministro, os números são suficientes para iniciar o plano de vacinação no Brasil.

Em dezembro, o Ministério da Saúde apresentou uma versão preliminar do plano nacional de imunização contra a covid-19. O plano, composto por quatro fases, dá prioridade a profissionais da saúde, idosos, indígenas, professores, forças de segurança e funcionários do sistema prisional, normalmente mais vulneráveis e expostos à doença.

O plano de vacinação contra a covid-19, entretanto, foi criticado por médicos e especialistas em saúde pública ouvidos pelo UOL. Segundo eles, a versão apresentada tem uma série de buracos e questões logísticas não respondidas.

Além da AstraZeneca e da CoronaVac, Pazuello reafirmou que o ministério mantém negociações para adquirir as vacinas da Pfizer, Sputnik V, Moderna, Janssen e Covaxin.

MP que flexibiliza aquisição de vacinas e insumos

Ontem, o presidente Bolsonaro editou uma MP que flexibiliza regras para facilitar a aquisição de vacinas e insumos. A MP possibilita, por exemplo, a aquisição de insumos e vacinas em fase de desenvolvimento e antes do registro sanitário ou de autorização de uso emergencial pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O texto também flexibiliza normas de licitação e firma o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 como "instrumento estratégico" de vacinação de toda a população.

A MP ainda determina que o profissional de saúde esclareça ao paciente ou seu representante legal que o produto não tem registro definitivo na Anvisa, assim como seus riscos e benefícios.

Também participaram da coletiva de hoje o secretário-executivo da pasta, Elcio Franco; o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros; e o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti Neto.