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Brasil quer usar aviões da Força Aérea dos EUA para levar oxigênio ao AM

Com explosão de casos de covid-19, Amazonas ainda luta contra falta de cilindros de oxigênio - Altemar Alcantara/Semcom
Com explosão de casos de covid-19, Amazonas ainda luta contra falta de cilindros de oxigênio Imagem: Altemar Alcantara/Semcom

Do UOL, em São Paulo

14/01/2021 18h22Atualizada em 14/01/2021 19h32

Aviões da Força Aérea dos Estados Unidos poderão auxiliar no transporte de cilindros de oxigênio no Amazonas, onde houve uma explosão de casos de covid-19. Segundo o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), o governo brasileiro pediu à Embaixada dos Estados Unidos que disponibilize as aeronaves.

"Tem lugar que tem oxigênio, mas não tem uma aeronave que transporte oxigênio em cilindro. O único que tem [capacidade para transportar os cilindros] entrou em pane e está em manutenção", disse Ramos. "Já falei hoje com o ministro Ernesto Araújo [Relações Exteriores] e estamos tentando, junto à Embaixada, a liberação de um avião da Força Aérea norte-americana, um Galaxy, para levar o oxigênio".

Segundo o deputado, esse tipo de aeronave tem capacidade para transportar 5 mil metros cúbicos de oxigênio. Manaus tem consumido cerca de 70 mil metros cúbicos por dia.

Procurada, a Embaixada dos Estados Unidos disse, por meio de sua assessoria, que está ciente do pedido e que está em contato com as autoridades brasileiras para tratar do assunto.

O Hospital Universitário Getúlio Vargas, ligado à UFAM (Universidade Federal do Amazonas), ficou cerca de quatro horas sem cilindros de oxigênio, o que gerou desespero entre os profissionais, segundo relato de uma médica da unidade ao Estadão/Broadcast. A profissional não quis se identificar.

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), explicou hoje que a capacidade de produção do estado não está conseguindo atender à demanda, que cresceu muito junto com a alta de infecções pelo coronavírus. Ele disse estar em constante contato com o Ministério da Saúde e informou que amanhã chegará uma balsa à cidade trazendo cilindros.

"Pelos contatos que fiz com o Ministério da Saúde, com o próprio ministro [Eduardo Pazuello]... Falei com ele duas vezes hoje. Chega uma balsa amanhã. Hoje à noite chega um Hércules da Força Aérea [Brasileira] com mais oferta de gás. O governo fez requisição administrativa de todo o gás do distrito industrial para que não aconteçam mais mortes. Eu acredito que esse socorro possa vir", contou ele durante entrevista ao "Brasil Urgente", da TV Bandeirantes.

Transferência de pacientes

Mais cedo, o governo do Amazonas anunciou que vai transferir pacientes de covid-19 a outros estados, além de decretar toque de recolher a partir das 19h até as 6h. As medidas, segundo o governador Wilson Lima (PSC), têm como objetivo conter a disseminação do coronavírus no estado.

O primeiro a receber pacientes do Amazonas será Goiás, com dois hospitais: o HUGO (Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz) e o HGG (Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi). Depois, será a vez de Piauí, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.

A data e a ordem dessas transferências ainda não foram divulgadas pelo governo amazonense.

Segundo o secretário de Atenção Especializada em Saúde do Ministério da Saúde, coronel Franco Duarte, os pacientes transferidos têm estado clínico considerado moderado. Eles ainda dependem de oxigênio, mas podem ser aerotransportados com "toda segurança".

"O paciente do Amazonas que subir na aeronave terá toda a segurança e assistência, com cobertura de assistentes psicossociais, para que não haja falha nenhuma. Todos [os profissionais] voltados para o paciente, para que ele chegue no destino com toda segurança e acolhimento que nosso doente tem que ter", explicou o secretário durante coletiva.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)