Governo do AM requisita oxigênio de 11 empresas para combate à covid
O secretário estadual de Saúde do Amazonas, Marcellus José Barroso Campêlo, apresentou na tarde de hoje notificação extrajudicial na qual determina "eventual estoque ou produção de oxigênio" para pacientes internados com a covid-19. A notificação foi endereçada a 11 empresas, dentre elas a Yamaha Motor e Electrolux do Brasil.
Com o novo grande surto de casos de coronavírus Sars-CoV-2, a demanda por oxigênio hospitalar em estabelecimentos públicos de saúde no estado superou na terça a média diária de consumo em mais de onze vezes, agravando a situação nos hospitais —principalmente naqueles onde são atendidos pacientes com a doença.
Segundo o documento, se houver desobediência, "fica autorizado o imediato uso de força policial, além de outras medidas coercitivas e restrições de direito juridicamente admitidas".
Em entrevista ao "Brasil Urgente", da TV Bandeirantes, o prefeito de Manaus, Davi Almeida (Avante), comentou a requisição feita pelo governo.
"Pelos contatos que fiz com o Ministério da Saúde, com o próprio ministro [Eduardo Pazuello]... Falei com ele duas vezes hoje. Chega uma balsa amanhã. Hoje à noite chega um Hércules da Força Aérea [Brasileira] com mais oferta de gás. O governo fez requisição administrativa de todo o gás do distrito industrial para que não aconteçam mais mortes. Eu acredito que esse socorro possa vir", afirmou.
O governador Wilson Lima (PSC) anunciou que Amazonas vai transferir pacientes de covid-19 para outros estados, além de decretar toque de recolher a partir das 19h até as 6h. O objetivo conter a disseminação do coronavírus no estado.
O primeiro a receber pacientes do Amazonas será Goiás, com dois hospitais: o HUGO (Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz) e o HGG (Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi). Depois, será a vez de Piauí, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.
A data e a ordem dessas transferências ainda não foram divulgadas pelo governo amazonense.
Pela segunda vez em oito meses, o sistema de saúde do estado do Amazonas tem sido falho, por causa da alta de casos e mortes provocados pela covid-19. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi até Manaus para anunciar medidas de enfrentamento ao coronavírus no Amazonas. O governador Wilson Lima (PSC) pediu prioridade no envio de doses de vacina para grupos vulneráveis.
Sepultamentos batem recorde
Em um mês, o número de sepultamentos em Manaus cresceu 193% em meio à explosão do número de infectados pelo coronavírus no Amazonas. No dia 6 de dezembro, por exemplo, foram registrados 31 enterros na capital, número que subiu para 91 na última terça-feira, 5.
Por causa do aumento dos casos de covid-19, o prefeito de Manaus, David Almeida, decretou estado de emergência em Manaus pelo período de 180 dias para conter o avanço da pandemia na capital amazonense.
Na quarta-feira, foram 110 mortes por covid-19 entre as causas de óbitos no total de sepultamentos nos cemitérios de Manaus, superando a marca das cem mortes por coronavírus registrada em maio de 2020.
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