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Brasil tem 518 novos óbitos por covid-19; vacinação começou hoje

15.01.2021 -- Profissional de saúde em hospital de Manaus; cidade enfrenta colapso do sistema de saúde - Yago Frota/Estadão Conteúdo
15.01.2021 -- Profissional de saúde em hospital de Manaus; cidade enfrenta colapso do sistema de saúde Imagem: Yago Frota/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

17/01/2021 18h50Atualizada em 17/01/2021 20h51

O Brasil computou 518 novas mortes por covid-19 entre ontem e hoje, segundo levantamento do consórcio de imprensa do qual o UOL faz parte. Aos dez meses da pandemia no país, 209.868 pessoas já morreram pela doença provocada pelo coronavírus.

De terça (12) a sábado (16), o país teve mais de 1.000 novas mortes provocadas por coronavírus por dia. O número deste domingo, no entanto, não pode ser considerado uma tendência de queda, já que, aos fins de semana, os registros costumam cair por causa do regime de plantão das secretarias estaduais de saúde. Ou seja, muitos dados de domingo só entram no sistema nos dias seguintes.

Devido a essa oscilação, especialistas recomendam analisar a situação a partir da média diária de mortes registrada ao longo de uma semana. Foram 961. Ou seja, em média, 961 pessoas morreram por dia na última semana.

Também de ontem para hoje o Brasil detectou 26.400 novos casos de covid-19. Desde o início da pandemia, 8.483.105 pessoas já tiveram diagnóstico positivo para coronavírus.

Os números não incluem os dados das últimas 24 horas de Roraima, que não atualizou os dados até às 20h deste domingo, horário de fechamento do levantamento do consórcio.

O Amazonas, que ainda enfrenta falta de oxigênio, teve 68 novas mortes.

Pandemia em aceleração

Os dados mostra que a pandemia está em aceleração no Brasil. Comparando a média de mortes diárias desta semana, com a média de mortes diárias de 14 dias atrás, há um avanço de 36% no número de mortes no país —essa é a forma de comparação recomendada por especialistas, saiba mais abaixo.

Considerando essa metodologia, onze estados brasileiros vivem aceleração da pandemia. A pior situação é do Amazonas (alta de 202%) e do Tocantins (144%). Outros treze têm situação considerada estável. E três estados estão em desaceleração: Acre (queda de 35%), Mato Grosso do Sul (-16%) e Santa Catarina (-15%).

Em relação às regiões, estão em aceleração de mortes por covid-19 o Norte (alta de 94%), Sudeste (56%) e Nordeste (18%). Há estabilidade no Centro-Oeste (alta de 6%) e Sul (queda de 3%).

Especialistas indicam cálculo de média móvel

Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.

O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.

Dados do Ministério da Saúde

Boletim divulgado pelo Ministério da Saúde neste domingo (17) informa que foram notificadas 551 novas mortes por covid-19 no Brasil, de ontem para hoje. Desde o início da pandemia, no início de 2020, 209.847 pessoas morreram pela doença no país.

Foram identificadas 33.040 novas infecções por covid-19 no país em 24 horas, de acordo com o ministério. O total de pessoas infectadas pelo coronavírus no Brasil é, até agora, de 8.488.099.

Segundo o governo federal, 866.598 pessoas estão com covid-19 neste momento e seguem em acompanhamento. Outras 7.411.654 se recuperaram da doença.

Aprovação de vacinas

Neste domingo (17), a Anvisa aprovou o uso emergencial no Brasil de duas vacinas contra a covid-19: a CoronaVac, do Instituto Butantan com a chinesa Sinovac, e a vacina de Oxford/AztraZeneca, com apoio da Fiocruz. Porém, a CoronaVac é a única vacina disponível neste momento no Brasil.

Em São Paulo, a vacinação começou logo em seguida da decisão da Anvisa. A primeira vacinada foi a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, que atua na linha de frente contra a covid-19 no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, e é moradora de Itaquera, na zona leste da cidade.

Nos próximos dias, a CoronaVac, aposta do governador João Doria, deve começar a ser distribuída pelo Ministério da Saúde em outros estados.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: estável (3%)

  • Minas Gerais: aceleração (65%)

  • Rio de Janeiro: aceleração (54%)

  • São Paulo: aceleração (62%)

Região Norte

  • Acre: queda (-35%)

  • Amazonas: aceleração (202%)

  • Amapá: estável (-4%)

  • Pará: estável (13%)

  • Rondônia: aceleração (25%)

  • Roraima: estável (13%)

  • Tocantins: aceleração (144%)

Região Nordeste

  • Alagoas: aceleração (26%)

  • Bahia: estável (5%)

  • Ceará: estável (-10%)

  • Maranhão: estável (-2%)

  • Paraíba: estável (-8%)

  • Pernambuco: aceleração (75%)

  • Piauí: aceleração (31%)

  • Rio Grande do Norte: aceleração (12%)

  • Sergipe: aceleração (42%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: estável (-2%)

  • Goiás: aceleração (69%)

  • Mato Grosso: estável (-5%)

  • Mato Grosso do Sul: queda (-16%)

Região Sul

  • Paraná: estável (4%)

  • Rio Grande do Sul: estável (0)

  • Santa Catarina: queda (-15%)

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.