Jornal: Brasil excluiu Rússia de MP que podia acelerar liberação da Sputnik
No começo de janeiro, o governo federal permitiu que o Ministério da Saúde comprasse vacinas no exterior antes da aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), desde que elas estivessem aprovadas por algumas agências internacionais específicas. Documentos internos mostram que o Brasil excluiu a Rússia da lista de países que poderiam se beneficiar disso. Portanto isso deve dificultar a compra da vacina Sputnik V, que tem sido desejada por governadores. As informações foram reveladas pelo jornal O Globo e foram obtidas pela LAI (Lei de Acesso à Informação).
O governo federal deu essa permissão para o Ministério da Saúde através de uma MP (Medida Provisória), que listava agências regulatórias que podiam acelerar a compra de vacinas. Entre elas estão as agências dos Estados Unidos, China, União Europeia, Reino Unido e Japão.
Antes de a MP ser aprovada, existia uma minuta, com data de 29 de dezembro, que incluía a agência sanitária da Rússia entre essas entidades que poderiam acelerar a compra de vacinas. Um texto até citava que a inclusão desse país aumentaria as opções de compras do Brasil no exterior. Mas depois, em 6 de janeiro, a MP foi aprovada sem essas citações à Rússia.
Em dezembro, o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, incluiu a vacina Sputnik V entre os imunizantes que poderiam integrar o plano nacional de imunização. Mas até agora o governo federal só comprou vacinas da CoronaVac e da Astrazeneca, mesmo tendo possibilidade de comprar outros imunizantes que ainda não tenham aprovação da agência sanitária.
Recentemente a União Química, farmacêutica responsável pela Sputnik V no Brasil, entrou com um pedido de autorização para uso emergencial. A Anvisa recusou, alegando falta de requisitos mínimos. As negociações continuam acontecendo para que a vacina seja analisada e aprovada no Brasil.
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