Topo

Hildon Chaves diz que fraude estadual sobre UTIs agravou colapso da saúde

Hildon Chaves falou que capital de Rondônia não tem mais leitos de UTI para pacientes da covid-19 - Reprodução
Hildon Chaves falou que capital de Rondônia não tem mais leitos de UTI para pacientes da covid-19 Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

27/01/2021 13h08Atualizada em 27/01/2021 13h08

O aumento de casos da covid-19 na capital de Rondônia, Porto Velho, fez com que os leitos de UTI destinados aos pacientes com essa doença atingissem a ocupação máxima no sábado (23). O prefeito da cidade, Hildon Chaves, alegou hoje que o governo do estado fraudou informações para mascarar a real situação da pandemia na região, provocando um atraso nas fases de restrição para conter o avanço de casos.

"As informações que estavam sendo prestadas pelo estado estavam sendo mascaradas. Na sexta-feira à noite, por volta das 22h, fui informado que as unidades tinham 15 leitos de UTI disponíveis, por volta das 23h tivemos a informação segura de que o sistema estava em colapso", explicou Hildon Chaves em entrevista à CNN.

O prefeito informou que o quadro dos pacientes internados em Porto Velho tem se agravado de forma mais rápida. Na primeira onda, os quadros levavam entre oito a dez dias para ocorrer um agravamento. "Isso dava um fôlego maior para nossa rede", disse Chaves. Agora, os casos passam a se agravar em quatro ou cinco dias.

"Nós não sabemos, não há comprovação científica, mas talvez essa nova cepa do Amazonas, até porque fazemos fronteira terrestre com o estado do Amazonas, pode ser que tenha alguma correlação com esse agravamento mais rápido dos casos".

Hildon Chaves também admitiu que o colapso na saúde, em Porto Velho, ocorre porque os casos que na primeira onda se concentravam na capital, agora estão em números significativos no interior de todo o estado.

"Na primeira onda, o maior volume de casos foi na capital, com menos casos no interior. Hoje nós estamos justamente em colapso porque muitos pacientes estão vindo para capital, do interior. Pacientes do próprio Amazonas, aqui mais próximo a Porto Velho.
Nós temos notícias também que, por causa do colapso do Amazonas, alguns pacientes pegam um voo e vem para Porto Velho e se apresentam nas nossas Unidades de Pronto Atendimento."

Transferência de pacientes

O prefeito afirmou que nem mesmo a ampliação de 23 para 73 leitos da rede municipal foram capazes de atender aos novos pacientes. Ontem, 13 pacientes seguiram para Curitiba, no Paraná, segundo Hildon Chaves. Outros 50 leitos estão disponíveis para os pacientes de Rondônia em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

"Esses pacientes que estão sendo transferidos não são pacientes intubados, não são pacientes de UTI, são pacientes clínicos, que o percentual deles deve evoluir para um caso mais grave, que demande um suporte mais intensivo, como das UTIs, por exemplo.", esclareceu o gestor.

Rondônia registrou 22 mortes e 1.239 casos de covid-19 até ontem. Ao todo, o estado tem 119.336 diagnósticos da doença desde o início da pandemia, em março de 2020. Porto Velho é a cidade que registrou mais mortes.