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Governo cita falta de 'evidência científica' para adiamento de 2ª dose

Governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ao lado da primeira vacinada no país, a enfermeira Monica Calazans. Ideia de adiar 2ª dose partiu da gestão paulista - DANILO M YOSHIOKA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ao lado da primeira vacinada no país, a enfermeira Monica Calazans. Ideia de adiar 2ª dose partiu da gestão paulista Imagem: DANILO M YOSHIOKA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

28/01/2021 19h15

O governo federal usou o argumento científico hoje para se posicionar, a princípio, contra o adiamento da aplicação da segunda dose da CoronaVac, a vacina contra a covid-19 produzida pelo Instituto Butantan e distribuída pelo Ministério da Saúde. A pasta comandada pelo ministro Eduardo Pazuello afirmou que um período maior do que 28 dias entre as duas doses pode colocar em risco a proteção dada pela vacina.

"É importante ressaltar que as recomendações [de aplicação] têm como base os estudos clínicos da fase 3 do imunizante, que indicam que o intervalo entre a primeira e a segunda dose deve ser de duas a quatro semanas", afirmou o Ministério em nota.

"Não há, até o momento, evidências científicas de que a ampliação desse intervalo irá oferecer a proteção necessária à população", acrescentou a pasta.

A hipótese de adiar para além de quatro semanas o intervalo entre a primeira e a segunda dose surgiu dentro do Centro de Contingência para o coronavírus do estado de São Paulo. Ontem, a gestão do governador paulista, João Doria (PSDB), anunciou que enviaria uma consulta ao Ministério da Saúde para postergar a aplicação da segunda dose.

A nota da pasta federal não é uma resposta direta à solicitação da gestão paulista, que ainda terá que ser respondida pelo governo federal, mas evidencia que o Ministério da Saúde não deve apoiar a iniciativa.

Com a mudança de estratégia, a ideia do governo de São Paulo é conseguir vacinar mais pessoas com a primeira dose, conferindo a elas uma proteção maior contra o coronavírus, ainda que não seja o recomendado pelos resultados dos testes clínicos feitos no Brasil com a CoronaVac.