Saúde rebate Doria e diz que desabilitou leitos de UTI após fim de decreto
O Ministério da Saúde disse que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), "mente" ao afirmar que o governo federal desabilitou 3.258 leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) que estavam sendo destinados a pacientes com covid-19 no estado, sob gerência da União.
Em nota enviada à imprensa, na tarde de hoje, a pasta rebateu as declarações feitas pelo governador informando que desabilitou leitos de UTI somente após o fim de um decreto que reconhecia o estado de calamidade pública, com efeitos até 31 de dezembro de 2020.
"Em virtude do término do Estado de Calamidade Pública, conforme o decreto legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, que reconhecia a ocorrência do estado de calamidade pública, com efeitos até 31 de dezembro de 2020, os recursos de créditos extraordinários destinados pelo Governo Federal para enfrentamento à pandemia foram destinados a estados e municípios e aplicados pelo Ministério da Saúde até 31 de dezembro de 2020", afirmou a pasta.
O Ministério da Saúde diz ainda que valores extras foram repassados ao estado de São Paulo no fim dos meses de dezembro e janeiro. A pasta cita, por exemplo, o valor de "R$ 126,6 milhões, dos quais 22,35% eram para leitos de UTI resultados no Plano de Contingência Estadual". "Esse montante seria o suficiente para o Estado de São Paulo manter 580 leitos durante 30 dias", ressaltou.
O governo conclui a nota dizendo que, "desta forma, o governador do estado de São Paulo mente ou tem total desconhecimento".
Doria e Jair Bolsonaro, prováveis concorrentes nas eleições de 2022, discutem constantemente sobre as medidas de enfrentamento à pandemia e por causa da vacina contra a covid-19. Ambos se provocam e reclamam da politização do tema.
Em novo capítulo, o tucano alegou mais cedo que a decisão de desabilitar leitos em São Paulo é "política".
"O Ministério da Saúde quebra o pacto federativo ao impor a São Paulo desabilitação de leitos e estabelece claramente viés político no enfrentamento de uma crise de saúde como essa. Temos informações que em outros estados o viés político está sendo aplicado para outros governos. É gravíssimo isso. É avançar dentro de política de ordem ideológica no tema da saúde, mais do que aquilo de errado que já se fez pelo ministério", explicou.
A gestão tucana já havia se queixado da diminuição de leitos gerenciados pelo governo federal. O UOL apurou que as tratativas com o ministério vêm sendo feitas desde dezembro do ano passado e o estado vem pagando pelo funcionamento destes leitos.
Hoje, Doria prometeu recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) caso a situação não seja resolvida.
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