Anvisa promete liberar vacina da Pfizer em menos de 2 meses
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se comprometeu com um prazo "bem inferior" a dois meses para a autorização do uso em massa da vacina da Pfizer e da Biontech. Em entrevista ao UOL, o presidente do órgão, o médico e militar Antônio Barra Torres destacou que muitos documentos foram encaminhados com antecedência pelos laboratórios que desenvolvem imunizantes contra a covid-19.
A mesma velocidade está prevista para o registro definitivo — que permite o uso em massa, e não apenas em grupos prioritários — do imunizante da Fiocruz, produzido em parceria com a Astra Zeneca.
A estrada já andou. Andou, e andou bem. Não vou falar o dia porque quem fala se machuca."
Antônio Barra Torres, presidente da Anvisa
Outra vacina cujo uso é discutido no Brasil, a Sputnik, ainda é uma "incógnita". Originária da Rússia, tem como parceiro brasileiro o laboratório União Química.
A Pfizer e a Fiocruz fizeram o pedido de registro na Anvisa, mas o imunizante da Fundação Oswaldo Cruz já tem autorização de uso emergencial. A Pfizer anunciou que sua eficácia seria de 95%, bem acima dos 50% exigidos pelas autoridades.
Barra faz campanha pelo veto a emendas a uma Medida Provisória aprovada pelo Congresso que obriga a agência a autorizar imunizantes já liberados em outros países, como a Rússia. Isso abriria caminho para a Sputnik, mas ele não entende que a mudança tenha sido feita sob medida.
"Não temos nenhum problema com a Sputnik nem com vacina nenhuma", afirmou.
Para ele, o Congresso faz interferência política na agência ao aprovar a emenda e "coloca a mão num lugar que prima pela ciência".
Barra rejeita a ideia de que as emendas na Medida Provisória tenham sido feitas para beneficiar a Sputnik.
A Anvisa ainda autorizou o uso emergencial automático de vacinas do consórcio mundial de vacinas, o Covaxx Facility, aprovadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No entanto, nenhum dos imunizantes desse grupo foi liberado pela entidade ainda.
Bula da cloroquina diz que que remédio serve para malária
De acordo com o presidente da Anvisa, a agência não deve recomendar ou deixar de recomendar o uso da hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19. Há alguns dias, a Anvisa publicou estudo em que conclui que faltam informações sobre a segurança do medicamento, mas não menciona a falta de eficácia dele para o enfrentamento ao novo coronavírus.
A questão da hidroxicloroquina ou qualquer outro medicamento é o que está escrito na bula. A hidroxicloroquina é para malária e doenças autoimunes, como lúpus e artrite."
Antônio Barra, presidente da Anvisa
Até hoje, nenhum laboratório que fabrica o remédio pediu à agência para mudar a bula e acrescentar esse uso. Ainda assim, Barra não reprova médicos que receitam o medicamento sem eficácia comprovada contra o coronavírus. "Isso coisa do médico e do paciente."
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