Brasil chega à média diária de 1.105 mortes por covid, a pior da pandemia
O país atingiu hoje a pior média diária de mortes por covid-19 desde o início da pandemia. Nos últimos sete dias, a média foi de 1.105 óbitos pela doença, conforme dados das secretarias estaduais de saúde captados pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte. Já são 25 dias consecutivos com a média móvel acima de mil.
Entre ontem e hoje, foram registradas 647 novas mortes. Isso não indica quando os óbitos ocorreram de fato, mas sim a data em que passaram a constar dos balanços oficiais. O país contabiliza 239.294 mortes pelo coronavírus.
Até ontem, a maior média de óbitos em sete dias era de 1.097, conforme registrado em 25 de julho. Também ontem o país apresentou alto número da média móvel (1.083). É o segundo período com a pior sequência de médias de mortos, atrás apenas do intervalo entre 3 de julho e 2 de agosto, que contabilizou 31 dias com a média acima de mil.
Apesar dos valores altos, o Brasil está estabilizado na média móvel em comparação há 14 dias, com variação de 4%.
A região Nordeste apresenta 28% de aceleração de mortes, enquanto os demais apresentam estabilidade: Norte (0%), Centro Oeste (12%), Sudeste (4%) e Sul (-15%).
Nos estados, 11 apresentam aceleração nos óbitos, enquanto 11 e mais o Distrito Federal permanecem estáveis e outros quatro têm queda.
Especialistas indicam cálculo de média móvel
Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.
O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: queda (-16%)
- Minas Gerais: aceleração (20%)
- Rio de Janeiro: estável (-11%)
- São Paulo: estável (8%)
Região Norte
- Acre: aceleração (67%)
- Amazonas: queda (-16%)
- Amapá: queda (-40%)
- Pará: aceleração (56%)
- Rondônia: aceleração (21%)
- Roraima: aceleração (267%)
- Tocantins: estável (0%)
Região Nordeste
- Alagoas: estável (0%)
- Bahia: aceleração (44%)
- Ceará: estável (45%)
- Maranhão: aceleração (38%)
- Paraíba: aceleração (27%)
- Pernambuco: estável (4%)
- Piauí: estável (14%)
- Rio Grande do Norte: aceleração (43%)
- Sergipe: estável (0%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: estável (-9%)
- Goiás: aceleração (28%)
- Mato Grosso: estável (-4%)
- Mato Grosso do Sul: estável (13%)
Região Sul
- Paraná: queda (-35%)
- Rio Grande do Sul: estável (8%)
- Santa Catarina: estável (0%)
Dados do governo
Já pelos números do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 713 novas mortes nas últimas 24 horas, somando 239.245 óbitos desde o início da pandemia. O número de infectados, por sua vez, chegou a 9.834.513, com 24.759 novos diagnósticos positivos contabilizados de ontem para hoje.
No mundo, apenas os Estados Unidos já registrou mais mortes que o Brasil — 485.029, de acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkins. Já em número de casos, o País é o terceiro, perdendo para EUA (27.625.859) e Índia (10.904.940).
Ainda segundo o governo federal, 8.745.424 pessoas se recuperaram da doença. Outras 849.844 seguem em acompanhamento.
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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