RS: Vaivém de Bolsonaro leva estados a buscar vacina sozinhos, diz Leite
As constantes contradições do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no discurso sobre a vacina e a falta de informações mais concretas sobre alternativas possíveis para ampliar a vacinação contra a covid-19 no Brasil têm levado os estados a negociar sozinhos, no Brasil e no exterior, em busca dos imunizantes, disse o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, em entrevista à CNN na tarde deste sábado (20).
"Já buscamos a União Química e continuamos buscando todas as frentes possíveis e, se o Ministério se recusar a comprar, nós vamos fazer a compra diretamente", disse Leite.
A farmacêutica União Química busca autorização da Anvisa para fechar a compra de 10 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. Hoje, o governo anunciou dispensa de licitação para a aquisição da vacina russa e da vacina indiana Covaxin.
Contudo, Leite afirmou que a torcida dos governadores é que o Ministério da Saúde, "pelo Programa Nacional de Imunizações, possa dar escala na vacinação", afirmou.
"Até março [se avançarem as compras do governo federal] poderemos chegar a 40 milhões de doses, mas, pelas informações contraditórias do governo, não podemos ficar só assistindo e temos que buscar caminhos próprios", disse o governador do Rio Grande do Sul na entrevista. O RS decretou "suspensão geral de atividades" das 22h às 5h, após Porto Alegre entrar, pela primeira vez, na fase mais restritiva de distanciamento contra a covid-19.
Leite disse que a própria notícia da vacina contribui para "um relaxamento da população em relação aos cuidados".
Desde hoje, o estado está sob suspensão geral das atividades, das 22h às 5h por ter 11 regiões em bandeira preta, que significa "nível altíssimo" em relação à velocidade de transmissão do novo coronavírus (covid-19) e capacidade hospitalar.
Diferenças com o governo federal
Questionado sobre se o surgimento de seu nome como um dos favoritos do PSDB para a disputa da presidência em 2022 e se isso não poderia prejudicar a colaboração entre o RS e o governo federal, Leite não comentou a indicação de seu nome, mas disse que, no interesse do seu Estado, tem que apontar suas "diferenças com o governo federal".
"Houve erros, equívocos e manifestações muito reprováveis por parte do presidente e não podemos deixar de elencar isso", afirmou.
"Temos [o RS e o governo federal] o dever de trabalhar juntos para salvar vidas. Nem todos os brasileiros são gaúchos, mas todos os gaúchos são brasileiros e, de minha parte, não haverá disputa política que afetará a saúde da população", disse.
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