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Médicos vão ao MPF por 'omissão' do Conselho de Medicina sobre cloroquina

Cloroquina foi recomendada por muitos médicos durante a pandemia - DIEGO VARA
Cloroquina foi recomendada por muitos médicos durante a pandemia Imagem: DIEGO VARA

Colaboração para o UOL

04/03/2021 14h04

O MPF (Ministério Público Federal) recebeu hoje uma ação movida contra o Conselho Federal de Medicina. O documento aponta que houve omissão do órgão, por não ter informado corretamente a população sobre a utilização de cloroquina e ivermectina no tratamento contra covid-19.

Os autores da ação são o médico Bruno Caramelli e a advogada e ex-desembargadora Cecilia Mello, que atuou por 14 anos como juíza federal no TRF (Tribunal Regional Federal). O documento conta com cerca de 5 mil assinaturas, entre profissionais da saúde e membros da sociedade civil. Eles cobram uma investigação e possível punição contra o Conselho de Medicina.

"Configura-se a omissão do Conselho Federal de Medicina em manifestar, publicamente, claro posicionamento científico com vistas a desestimular a propagação de práticas e informações enganosas consubstanciadas na prescrição médica de um suposto tratamento precoce
contra a covid-19, que não tem nenhuma comprovação científica de eficácia", informa a ação.

Os médicos entendem que a divulgação da informação falsa causa problemas porque a população abandona as práticas de prevenção contra covid-19, como uso de máscaras e cuidados de higiene.

A ação também reconhece que há um dilema entre quem prefere priorizar a saúde ou a economia durante a pandemia. Mas destaca que "esse dilema não pode existir para os médicos, para a medicina, e para as instituições legalmente obrigadas a zelar pela ética médica".

O documento tem dezenas de considerações científicas para comprovar que não existe um tratamento precoce com eficácia comprovada contra o coronavírus. Inclusive o próprio fabricante de ivermectina já admitiu a ineficiência do remédio neste sentido.

Sobre a cloroquina, a ação destaca que a OMS (Organização Mundial de Saúde), em 2 de março, publicou que não foi identificado nenhum efeito positivo e também se constatou um aumento significativo na probabilidade de riscos ocasionados pelos efeitos adversos.