'Natal deste ano vai ser melhor', diz chefe do combate ao coronavírus de SP
O coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, João Gabbardo, se mostrou otimista com o cenário da pandemia no Brasil, dizendo que espera que ele melhore ao longo do ano e que o Natal de 2021 será melhor do que o de 2020.
A declaração foi dada no UOL Entrevista, conduzido pelas colunistas do UOL Carla Araújo e Maria Carolina Trevisan.
"Dá para imaginar que a gente possa ter um Natal e um final de ano bem melhores do que tivemos. Essa é a minha expectativa. No ano passado, não vislumbrávamos o futuro, não sabíamos como seria o futuro, como seria o andamento da doença e não tínhamos a mínima possibilidade de imaginar que teríamos, em tão pouco tempo, uma vacina", disse Gabbardo.
"Hoje, temos várias vacinas e vamos ter o suficiente a partir do segundo semestre do ano [para imunizar a população]."
O Brasil poderá ser imunizado na sua totalidade até o final do ano. Tenho convicção disso.
João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo
Gabbardo ainda disse que, em São Paulo, a vacinação de idosos deve ser finalizada até o final de abril ou início do mês de maio.
"É isso que podemos colocar e que pode entusiasmar um pouco as pessoas, dar um ânimo novo para que as pessoas mantenham o isolamento, o distanciamento. Está todo mundo cansado, ninguém aguenta mais, mas agora estamos perto do fim, perto da imunização e de receber a vacina."
Ele ressaltou, no entanto, que as pessoas têm de manter as medidas sanitárias e de isolamento.
Na última segunda-feira, o governador João Doria (PSDB) assinou um decreto que classifica as atividades religiosas como essenciais, podendo funcionar mesmo com o retrocesso à fase vermelha em São Paulo.
"Permitimos a liberação das igrejas, mas com muitas restrições para reduzir o risco. O ideal é que, se possível, as pessoas façam suas orações em casa, evitem ir a qualquer tipo de evento público, mesmo nas igrejas. Mas, se forem, que o façam com todos os cuidados possíveis de distanciamento e de não cumprimentar pessoas", afirmou Gabbardo.
Pessoas que vão [às igrejas] devem ser alertadas: estão indo para uma zona de risco. Não tem chance das pessoas estarem dentro do ambiente cantando e é impensável estarem sem máscara.
João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus
O estado de São Paulo passará para a fase vermelha a partir deste sábado (6). Pelo Plano SP, somente serviços essenciais como farmácias e supermercados funcionariam, mas o governo fez adaptações para permitir que alguns serviços e atividades continuem.
Essas adaptações têm causado desgastes com os médicos que integram o Centro de Contingência, como já adiantou o UOL. Os especialistas defendem um lockdown mais rigoroso por no mínimo dez dias, prevendo um colapso no sistema de saúde do estado em 15 dias.
As escolas permanecem abertas. Mas Gabbardo defende que apenas os vulneráveis se desloquem até lá e, de preferência, não todos os dias.
"Quem deve ir para as escolas? As crianças que dependem até mesmo da alimentação na escola ou que tenham dificuldade para manter o mínimo de aprendizado ou aquelas que os pais não têm com quem deixar", comentou Gabbardo.
"Isso tem que ser repetido entre professores, diretores e pais de alunos para identificar quais crianças podem ir. Não precisam ir também todos os dias, podem ir alguns dias da semana, intercalar. Mas é uma tendência mundial de que a escola é [o serviço] mais essencial de todos e deve continuar aberta", afirmou.
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