Covid: Brasil tem 1.840 mortes em 24 h e bate recorde pela 3ª vez em 7 dias
O Brasil voltou a bater dois tristes recordes. Nesta quarta-feira (3), o país teve o dia mais letal de toda a pandemia pelo segundo dia consecutivo e estabeleceu também a maior média móvel de mortes. Foram registrados 1.840 novos óbitos causados pela doença nas últimas 24 horas. Já a média móvel foi a 1.332 vítimas nos últimos sete dias, sendo o quinto dia seguido de uma nova marca.
Os dados são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nas informações transmitidas pelas secretarias estaduais de saúde.
Desde o início da pandemia, 259.402 pessoas morreram no Brasil em decorrência da covid-19. Dos 5 dias com maior número de óbitos, 3 foram nos últimos sete dias (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):
- 3 de março - 1.840
- 2 de março - 1.726
- 25 de fevereiro - 1.582
- 29 de julho - 1.554
- 4 de junho - 1.470
Este é o 42º dia seguido no qual o país tem média superior a mil mortes por covid-19 — o maior período em toda a pandemia. Além disso, é a primeira vez que o país ultrapassa a marca de 1.300 na média móvel.
Os recordes sucessivos mostram que o Brasil passa por seu pior momento desde março de 2020. Vários estados enfrentam situações críticas, à beira de um colapso em seus sistemas de saúde. Hoje o governo de São Paulo anunciou hoje que todo o estado vai entrar na fase vermelha, o mais restritivo do Plano São Paulo, por duas semanas a partir de sábado (6).
As oito maiores médias móveis de mortes por covid-19 no Brasil foram verificadas nos últimos oito dias:
- 3 de março - 1.332
- 2 de março - 1.274
- 1º de março - 1.223
- 28 de fevereiro - 1.208
- 27 de fevereiro - 1.180
- 25 de fevereiro - 1.150
- 26 de fevereiro - 1.148
- 24 de fevereiro - 1.129
Com a média de hoje, o Brasil mantém a sua tendência de aceleração (29%) que voltou a ser registrada desde a última segunda-feira (1º).
Seis estados computaram mais de cem mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. A soma de óbitos registrados apenas nestes seis estados chega a 1.183:
- São Paulo - 367
- Minas Gerais - 227
- Rio de Janeiro - 186
- Rio Grande do Sul - 179
- Paraná - 112
- Bahia - 112
Ao todo, 16 estados e o Distrito Federal apresentam tendência de alta, enquanto apenas 2 têm queda. Outros 8 mantêm índices estáveis.
Das 5 regiões, 3 registram tendência de alta: Nordeste (59%), Norte (190%) e Sul (106%). Centro-Oeste (14%) e Sudeste (14%) estão estáveis.
Nas últimas 24 horas, houve 74.376 novos casos confirmados de covid-19 em todo o país, elevando o total de infectados para 10.722.221 desde o começo da pandemia.
Dados da Saúde
Pelo segundo dia consecutivo, o Brasil estabeleceu o recorde de mortes nas últimas 24 horas, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Foram registradas 1.910 novos óbitos no relatório divulgado hoje. Ontem, o país teve 1.641 mortes, de acordo com a pasta. O total de óbitos causados pela doença chegou a 259.271.
De ontem para hoje, houve 71.704 testes positivos para a covid-19 em todo ao país, segundo o Ministério. O total de infectados chegou a 10.718.630 desde o começo da pandemia.
Segundo o governo federal, 9.591.590 pessoas se recuperaram da doença, enquanto outras 867.769 estão em acompanhamento.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: estável (-4%)
- Minas Gerais: estável (6%)
- Rio de Janeiro: estável (5%)
- São Paulo: acelerado (24%)
Região Norte
- Acre: aceleração (34%)
- Amazonas: queda (-33%)
- Amapá: queda (-44%)
- Pará: aceleração (35%)
- Rondônia: estável (-7%)
- Roraima: estável (-9%)
- Tocantins: aceleração (165%)
Região Nordeste
- Alagoas: acelerado (17%)
- Bahia: aceleração (66%)
- Ceará: aceleração (112%)
- Maranhão: aceleração (103%)
- Paraíba: aceleração (56%)
- Pernambuco: estável (-14%)
- Piauí: aceleração (71%)
- Rio Grande do Norte: aceleração (98%)
- Sergipe: aceleração (32%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: aceleração (60%)
- Goiás: estável (-3%)
- Mato Grosso: estável (9%)
- Mato Grosso do Sul: acelerado (45%)
Região Sul
- Paraná: aceleração (65%)
- Rio Grande do Sul: aceleração (120%)
- Santa Catarina: aceleração (160%)
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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