SP vai abrir 280 leitos de emergência para covid-19 em 11 unidades de saúde
Em meio a sucessivas altas na ocupação de UTI (unidade de terapia intensiva), o governo de São Paulo anunciou a criação de 280 leitos de emergência para covid-19 até o fim do mês no estado. Considerados novos hospitais de campanha, estes leitos serão instalados em 11 unidades de saúde na capital, no litoral e no interior.
Diferente dos hospitais de campanha do ano passado, com triagem e enfermaria, o objetivo do governo agora é desafogar as UTIs, que atingiram ocupação de 80% ontem. O estado vai usar estruturas já existentes, como fez com o hospital de campanha em Heliópolis, na zona sul da capital, que funciona no AME (Ambulatório Médico de Especialidades) Barradas. A expectativa é que as novas unidades fiquem prontas entre os dias 20 e 31 de março.
Ao todo, serão 140 leitos de UTI e 140 de enfermaria. Eles serão espalhados em unidades por todo o estado:
- AME de Andradina (região de Araçatuba)
- AME de Botucatu
- AME de Barretos
- AME de Campinas
- AME de Itapetininga (região de Sorocaba)
- AME de Ourinhos (região de Marília)
- AME de Santo André (Grande São Paulo)
- AME de Santos (Baixada Santista)
- AME de Tupã (região de Marília)
- Hospital São José (zona norte da capital)
- Unidade da Rede Lucy Montoro, em Fernandópolis (região de São José do Rio Preto)
Atualmente, o estado já opera quatro hospitais de campanha nestes moldes. Além do AME Barratas, na zona sul da capital, os leitos de emergência estão também nos AMEs de Franca, Bauru e Bebedouro, na região de Ribeirão Preto.
Três regiões mais perto do colapso
O objetivo do governo de São Paulo é tentar interromper a alta na ocupação de leitos em todo o estado. De acordo com a Secretaria de Saúde, há três regiões com indisponibilidade acima dos 90% e estão praticamente colapsadas: Araraquara (93,9%), Bauru (96%) e Presidente Prudente (94%).
"Temos 8.427 pacientes internados em UTI [hoje] e tínhamos, na nona semana [da pandemia], em julho do ano passado, 6.250. Temos 34,8% [a mais] do que tínhamos no ápice da primeira onda", alertou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorintcheyn, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes nesta segunda (8).
O estado já havia anunciado a abertura de 500 novos leitos de UTI na semana passada. Segundo Gorintcheyn, mais unidades deverão ser anunciadas na coletiva na próxima quarta (10).
Fase vermelha
Além do aumento de leitos, o governo também colocou o estado todo na fase vermelha do Plano São Paulo, a mais restritiva, por duas semanas desde o último sábado (6). Em meio a uma longa homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, o governador João Doria (PSDB), em uma bancada com 14 pessoas, voltou a fazer apelos para que a população evite sair.
"A ciência já demonstrou, principalmente fora do Brasil, que ações restritivas produziram queda de infecções, ocupação de leitos e reduziram óbitos", afirmou Doria.
Segundo o governo, mais de 200 eventos de médio e grande porte foram dispersados no fim de semana. Aglomerações são proibidas em todos os estágios do Plano SP.
A única maneira de fazermos com que circulação do vírus caia é diminuindo circulação de pessoas. Temos vacinas sendo aplicadas em poucos grupos. Enquanto não temos mais, essas medidas são garantias de que podemos dar assistência a todos.
Jean Gorintcheyn, secretário de Saúde de São Paulo
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