Secretário de SP: Não há como acomodar 100 novas internações em UTI por dia
O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, fez um apelo para a população e disse que não há como o sistema hospitalar acomodar 100 novas internações em UTI (unidades de terapia intensiva) em média por dia. Em entrevista à GloboNews, Gorinchteyn disse que esta é uma semana crítica para o controle da covid-19 no estado.
Ontem, São Paulo atingiu pela primeira vez a marca de 80% de ocupação em UTIs voltadas à covid-19. Segundo o secretário, em 22 de fevereiro havia 6410 pacientes em unidades de terapia intensiva. Já hoje o número subiu para 8.415, o que corresponde a mais de 100 novas internações em UTIs por dia.
"Precisamos garantir assistência, mas 100 novas internações em UTIs por dia, não existe braço, não existe UTI suficiente para acomodar tudo isso. Por isso é necessário que as pessoas entendam a necessidade de ficar em casa e sair só quando necessário", disse.
Segundo Gorinchteyn, a situação é resultado de uma combinação entre a disseminação de uma cepa com maior capacidade de transmissão -- o secretário citou a variante de Manaus -- e o relaxamento da população no distanciamento social. Ele disse que houve um "aumento exponencial em termos de velocidade e número" não visto durante a primeira onda.
"Estamos diante de uma nova epidemia, um novo vírus que se expande com mais facilidade e encontra uma população que não segue os ritos sanitários, as orientações para que não se aglomerem e usem a máscara. Esse encontro faz com que o número de ocupação em UTIs e de mortes aumentem", disse.
Hospitais de campanha
Jean Gorinchteyn ainda disse que ao longo do dia o governo de São Paulo irá anunciar detalhes sobre a abertura de hospitais de campanha — a prioridade é para o uso de estruturas hospitalares já existentes — e que trabalha para aumentar a capacidade de assistência. Segundo ele, foram abertos 339 novos leitos de UTI na última semana.
Porém, o secretário alerta que, sem o engajamento da população nas medidas sanitárias, o sistema de saúde pode não suportar. "Temos uma semana de muita preocupação, mas é importante que a população entenda que as medidas são para preservar vidas. Se tiver mais circulação de pessoas, não vou poder fornecer assistências à saúde, à vida. Por isso, sigam as orientações; estamos internando pacientes jovens que também estão morrendo", disse.
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