Pazuello volta a reduzir previsão de vacinas para março: '22 a 25 milhões'
O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, voltou a reduzir a previsão de doses de vacina contra a covid-19 distribuídas em março. Agora, segundo ele, a expectativa está entre 22 e 25 milhões — um pouco abaixo do intervalo de 25 a 28 milhões de doses anunciado pelo próprio ministro na última segunda-feira (8).
"Não é uma redução, é uma garantia com possibilidade de ir além", minimizou Pazuello. "Nós temos garantidas para março entre 22 e 25 milhões de doses, podendo chegar até 38 milhões de doses. São números realmente impactantes e que vão fazer a diferença na nossa campanha de vacinação."
Doses importadas, contratadas e empenhadas para laboratórios internacionais, nós temos muitas incertezas de recebê-las. Não é simples, como é receber do Butantan ou da Fiocruz.
Ministro Eduardo Pazuello, ao justificar divergência nos números
Em fevereiro, o ministro da Saúde havia projetado uma distribuição de até 46 milhões de doses de vacinas neste mês. Em 4 de março, porém, essa previsão passou para 38 milhões — número novamente mencionado hoje — e, dois dias depois, para 30 milhões de doses.
No último dia 8, a expectativa divulgada foi "entre 25 e 28 milhões". Hoje, está "entre 22 e 25 milhões".
"Apenas o começo"
No discurso de hoje, Pazuello atribuiu os números da vacinação no Brasil à população e à estrutura do PNI (Plano Nacional de Imunizações). Ele garantiu que a coordenação entre União, estados e municípios via SUS (Sistema Único de Saúde) "não será quebrada" e disse que não faltará vacinas aos entes federados.
"Nós estamos apenas começando. Isso não é mérito do Ministério [da Saúde], deste governo. É mérito de um PNI de 30 anos, é mérito de uma população que compreende a necessidade da vacinação, é mérito da estrutura do SUS, ampla e tripartite — estado, municípios e a Federação, cada um no seu papel —, que nos dá a capacidade de vacinar 1 milhão, 1,5 milhão de pessoas em um dia", exaltou.
As declarações do ministro foram feitas durante cerimônia de sanção da MP (Medida Provisória) 1.026/2021, que permite a estados, municípios e empresas privadas comprarem vacinas contra o coronavírus por iniciativa própria. A ideia é agilizar a distribuição dos imunizantes e, assim, conter o avanço da pandemia.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), além do diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), também marcaram presença no evento. Todos estavam de máscara.
Ida a Israel
Bolsonaro falou logo após Pazuello, depois de assinar a MP. Além de listar as medidas tomadas pelo governo federal no enfrentamento da pandemia, o presidente reforçou o discurso pró-vacina e defendeu a viagem da comitiva brasileira a Israel — que, segundo ele, teve como principal objetivo buscar parcerias para o desenvolvimento de imunizantes.
Na semana passada, porém, Bolsonaro havia anunciado que a visita serviria para conhecer o spray nasal EXO-CD24, medicamento que começou a ser testado contra a covid-19 apenas recentemente e ainda não tem dados de eficácia publicados.
"Uma equipe nossa, entre eles integrantes do Ministério da Ciência e Tecnologia e do Ministério da Saúde, retorna hoje de Israel, onde fomos buscar parcerias para a feitura de vacinas e também acordos para que busquemos um remédio [contra a covid-19]. Afinal de contas, mesmo os vacinados poderão um dia contrair o vírus", ponderou.
No sábado (6), dia da partida a Israel, Bolsonaro já havia mudado o discurso e dito que a viagem tinha como missão discutir vacinas.
(Com Estadão Conteúdo)
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