320 vacinas a indígenas do Xingu podem ser perdidas por má conservação
A SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena), ligada ao Ministério da Saúde, informou hoje que está apurando um caso de suposta má conservação de 320 doses de vacinas contra a covid-19 enviadas ao DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) Xingu. Investigações iniciais indicam que houve "variação na temperatura" do armazenamento, o que pode levar ao descarte dos imunizantes.
O material já foi enviado ao PNI (Programa Nacional de Imunizações), onde será avaliado. Segundo o secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Robson Santos da Silva, as responsabilidades já estão sendo apuradas junto ao Ministério Público.
Silva também garantiu que, se for confirmado o descarte das doses, "ainda assim não faltarão vacinas", uma vez que o plano nacional de vacinação contra o coronavírus já prevê uma perda operacional de 5%.
Até o momento, 67% dos indígenas (273.957) já receberam a primeira dose e 43% (177.704) a segunda, de acordo com o Ministério da Saúde.
Os dados de doses aplicadas e coberturas vacinais da população indígena das aldeias estão sendo disponibilizados no Portal da Saúde Indígena. Como nas áreas mais remotas não há sinal de celular ou acesso à internet, ainda há dificuldade de registro imediato na inserção das doses no sistema do PNI.
Cronograma
O plano elaborado pelo Ministério da Saúde estabelece uma ordem de vacinação para os grupos prioritários considerando: a necessidade de preservação do funcionamento dos serviços de saúde e outros serviços essenciais; a proteção dos indivíduos com maior risco de desenvolver formas graves da covid-19; e a proteção dos vulneráveis.
Dentro deste primeiro grupo a ser vacinado, estão indígenas acima de 18 anos atendidos pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena do SUS (SASISUS), incluindo os que vivem em terras e reservas indígenas que estejam em qualquer fase do processo de demarcação pela Funai (Fundação Nacional do Índio).
Neste contexto, a estimativa do governo é imunizar 410 mil indígenas, ao todo.
Os demais brasileiros, assim como os indígenas que vivem em contexto urbano ou rural em municípios, serão imunizados pelas secretarias estaduais e municipais de Saúde nas fases de vacinação seguintes, podendo entrar em outros grupos prioritários.
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