Em 3 semanas, SP teve 180 novas internações por covid-19 em UTIs por dia
São Paulo teve uma média de 180 novas internações por dia em UTIs (unidades de terapia intensiva) dedicadas à covid-19 nas últimas três semanas. O dado é um indicativo do avanço da pandemia, que apresentou dois novos recordes de mortes diárias no país na última semana.
No período, foram internados 3.834 novos pacientes nas UTIs voltadas a doença, em um total de 10.244 internados em todo o estado. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, é um número 64% maior do que o primeiro pico da pandemia, em julho, quando São Paulo chegou a 6.250 internados.
Este recorde foi batido após o Carnaval. "No dia 22 de fevereiro, tínhamos na Grande São Paulo 68,8% de ocupação [de UTIs] e o estado tinha 66% de ocupação, com um total de 6.410 pacientes", comparou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, durante entrevista coletiva do governo paulista sobre a pandemia.
A pressão sobre o sistema hospitalar continua crescente em todo o estado, mesmo com o estado entrando hoje na fase emergencial do Plano São Paulo, que define novas restrições até para atividades consideradas essenciais. Ontem, a Grande São Paulo chegou a 90% de ocupação de leitos de UTI. No estado, o índice é de 88,4%.
Hoje, o estado tem 10.244 pacientes com covid-19 internados em UTIs, enquanto 13.382 são atendidos em enfermarias, totalizando 23.626 pessoas se recuperando da doença em unidades de saúde.
Segundo Gorinchteyn, em comparação com a semana passada, mais dez cidades chegaram a 100% de ocupação dos seus leitos de UTI. Dos 106 municípios que têm leitos de terapia intensiva, 63 já atingiram o colapso no atendimento médico.
O secretário comparou o atual momento com a pior semana da primeira onda da pandemia no estado, registrada em julho de 2020. O número de pacientes internados em UTIs agora é 63,9% maior do que no ano passado.
Se pegarmos aquela primeira onda, tínhamos 6.250 [internados em UTIs], com o número atual tivemos incremento de 63,9%. Na semana passada tínhamos 53% de incremento.
Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde
Novo hospital de campanha
Em resposta à pressão sobre o sistema de saúde, a gestão do governador João Doria (PSDB) anunciou hoje a abertura de um novo hospital de campanha na capital, no bairro de Santa Cecília, na região central. Serão abertos nele 50 leitos de UTI e mais 130 de enfermaria. Segundo Doria, o prédio do hospital foi cedido sem custos por um empresário.
Batizado de Hospital de Campanha Metropolitano, a unidade de saúde tem promessa de ser entregue até o final do mês e terá investimento de R$ 12 milhões. O hospital contará com 900 funcionários, sendo 150 médicos.
O novo hospital de campanha se junta na capital ao Hospital São José, na Zona Norte, que também está sendo preparado para atender apenas pacientes com covid-19. Além das duas unidades, o governo também anunciou na semana passada que está instalando leitos de emergência em outras nove AMEs (Ambulatório Médico de Especialidades) espalhadas pelo estado.
Melhora distante
Em análise hoje sobre os números mais recentes da pandemia no estado, o coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, João Gabbardo, deixou claro que o cenário ainda é pessimista para os próximos dias. Para ele, a fase vermelha em vigor em todo o estado na semana passada não foi suficiente para desacelerar a transmissão. Hoje, São Paulo entrou na fase emergencial.
Os números não apontam tendência de queda, muito pelo contrário. Essa semana com restrições não apresentou resultados satisfatórios, o que é esperado, porque precisa aguardar em torno de duas semanas para ter resultado. Os dados ainda são de crescimento e aceleração na pandemia.
João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus
O governo disse ainda ter autuado 197 estabelecimentos no estado só neste fim de semana, entre sexta e domingo. Segundo os dados apresentados na coletiva, foram locais flagrados descumprindo a nova regra de restrição de circulação, horários de funcionamento ou normas que preveem uso obrigatório de máscaras e distanciamento social em seus interiores.
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