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Queiroga vai se deparar com os piores números da pandemia, diz Gabbardo

Gabbardo diz que Brasil deve registrar recorde de óbitos hoje - Divulgação/Governo Estadual
Gabbardo diz que Brasil deve registrar recorde de óbitos hoje Imagem: Divulgação/Governo Estadual

Do UOL, em São Paulo

16/03/2021 10h43

João Gabbardo, coordenador-executivo do centro de contingência da covid-19 em São Paulo, disse que o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, vai se deparar com os piores números da pandemia do novo coronavírus no país ao assumir o cargo. O médico foi confirmado ontem como substituto de Eduardo Pazuello, mas a troca ainda não foi oficializada.

Gabbardo prevê para hoje um "recorde de óbitos em alta escala" nos boletins sobre a pandemia no Brasil. Por isso, ele pede uma política alinhada ao recomendado pelos principais epidemiologistas do mundo, com medidas de restrição mais rígidas para controlar o aumento de casos no Brasil.

"Novo ministro assume falando na possibilidade do uso de cloroquina e etc.., descarta lockdown. Hoje, 16/3, quando assumir vai se deparar com os piores números da pandemia. Recorde de óbitos hoje será em alta escala. Sugestão: não se posicione contra o lockdown nacional", disse.

Os boletins de terça-feira, historicamente, costumam apresentar números mais elevados de mortes e casos por causa do acúmulo de registros do fim de semana. Ontem, o Brasil registrou média recorde de mortes por covid-19 pelo 17º dia seguido, com 1.855 óbitos causados pela doença diariamente no período de uma semana.

Já são 54 dias consecutivos com média acima de mil mortes por covid-19, a sequência mais longa em toda a pandemia. A última semana foi a mais letal de todas: entre 7 e 13 de março, foram reportados 12.770 óbitos — neste período, também foi verificado o recorde de mortes entre um dia e outro: 2.349, em 10 de março.

Atualmente coordenador do centro de contingência de São Paulo, Gabbardo integrava a equipe do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta no início da pandemia. Ele tem defendido uma política nacional para controle da doença no Brasil, com lockdown.

Segundo a CNN Brasil, Queiroga é avesso a medidas restritivas mais duras em todo o Brasil. O novo ministro critica o lockdown e evita defender o tratamento precoce, embora esteja aberto a uma discussão sobre o tema.