Pelo 20º dia seguido, Brasil tem média recorde de mortes por covid-19
Nesta quinta-feira (18), o Brasil registrou a mais alta média de mortes por covid-19 em toda a pandemia pelo 20º dia consecutivo. Nos últimos sete dias, a média foi de 2.096 óbitos diários causados pela doença. O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.
Foram reportadas 2.659 novas mortes por covid-19 em todo o país nas últimas 24 horas, a terceira maior marca desde março de 2020. O recorde foi verificado na terça-feira (16), com 2.798 vítimas. No total, 287.795 pessoas morreram em decorrência da doença desde o início da pandemia. Com problemas de acesso ao seu banco de dados, o Rio Grande do Norte foi o único estado que não enviou números atualizados.
Já são 57 dias seguidos nos quais o Brasil apresenta média de mortes por covid-19 acima de mil, o período mais longo em toda a pandemia. Trata-se também de uma sequência de 17 dias com o registro de mais de mil novas mortes pela doença em um intervalo de 24 horas.
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) questiona dados sobre ocupação de leitos de UTIs, vários estados estão à beira de um colapso em seus sistemas de saúde. Bruno Covas (PSDB), prefeito de São Paulo, anunciou hoje a 1ª morte por falta de atendimento em UTI na cidade.
Nas últimas 24 horas, houve 87.169 diagnósticos positivos para a covid-19 em todo o país, a segunda marca mais alta desde março de 2020. Desde o início da pandemia, o total de infectados subiu para 11.787.600.
O Brasil em números
Na primeira onda:
- Maior número de mortes em 24 h: 1.554 (19/7)
- Maior média móvel de óbitos: 1.097 (25/7)
- Maior período com média acima de mil: 31 dias
- Maior número de óbitos em uma semana: 7.679 (de 19/7 a 25/7)
Na segunda onda:
- Maior número de mortes em 24 h: 2.798 (16/3)
- Maior média móvel de óbitos: 2.096 (18/3)
- Maior período com média acima de mil: 57 dias
- Maior número de óbitos em uma semana: 12.770 (de 7/3 a 13/3)
As 23 maiores médias móveis de mortes por covid-19 no Brasil ocorreram nos últimos 23 dias. As dez mais altas são as seguintes:
- 18 de março - 2.096
- 17 de março - 2.031
- 16 de março - 1.976
- 15 de março - 1.855
- 14 de março - 1.832
- 13 de março - 1.824
- 12 de março - 1.761
- 11 de março - 1.705
- 10 de março - 1.645
- 9 de março - 1.572
Os cinco dias com maior número de mortes em toda a pandemia ocorreram nos últimos dez dias (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):
- 16 de março - 2.798
- 17 de março - 2.736
- 18 de março - 2.659
- 10 de março - 2.349
- 11 de março - 2.207
Nove estados reportaram mais de cem mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. O total de vítimas apenas nesses estados chega a 2.109:
- São Paulo - 659
- Rio Grande do Sul - 298
- Minas Gerais - 274
- Paraná - 191
- Goiás - 180
- Bahia - 153
- Santa Catarina - 126
- Ceará - 119
- Rio de Janeiro - 109
Apenas a região Norte está estável na média de mortes, com 8%. Todos as outras regiões apresentam aceleração, sendo: Nordeste (32%), Centro-Oeste (97%), Sudeste (40%) e Sul (76%).
Vinte e uma unidades da federação, incluindo o Distrito Federal, apresentam alta no índice. Dois estados estão em queda e quatro estão estáveis.
Dados da Saúde
O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (18) que o Brasil computou 2.724 novas mortes causadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, o país registrou um total de 287.499 óbitos provocados pela doença.
De ontem para hoje, houve 86.982 casos confirmados de covid-19 no país, elevando o total de infectados para 11.780.820 desde o começo da pandemia.
Segundo o governo federal, 10.339.432 pessoas se recuperaram da doença até o momento, com outras 1.153.889 em acompanhamento.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: aceleração (37%)
- Minas Gerais: aceleração (31%)
- Rio de Janeiro: estável (-12%)
- São Paulo: aceleração (64%)
Região Norte
- Acre: estável (2%)
- Amazonas: queda (-38%)
- Amapá: aceleração (85%)
- Pará: aceleração (47%)
- Rondônia: aceleração (23%)
- Roraima: queda (-28%)
- Tocantins: aceleração (136%)
Região Nordeste
- Alagoas: aceleração (53%)
- Bahia: estável (7%)
- Ceará: aceleração (42%)
- Maranhão: estável (1%)
- Paraíba: aceleração (61%)
- Pernambuco: aceleração (69%)
- Piauí: aceleração (35%)
- Rio Grande do Norte: aceleração (33%)
- Sergipe: aceleração (146%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: aceleração (98%)
- Goiás: aceleração (99%)
- Mato Grosso: aceleração (111%)
- Mato Grosso do Sul: aceleração (65%)
Região Sul
- Paraná: aceleração (89%)
- Rio Grande do Sul: aceleração (82%)
- Santa Catarina: aceleração (52%)
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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