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Covid: País tem recorde com 2.798 mortes em 24h; RS e SP superam 500 óbitos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/03/2021 19h17Atualizada em 16/03/2021 21h46

O Brasil enfrenta nesta terça-feira (16) mais um dia de recordes trágicos na pandemia de coronavírus. Com 2.798 novas mortes por covid-19 reportadas nas últimas 24 horas, o país teve o seu dia mais letal. Outra marca assustadora é a mais alta média diária de óbitos causados pela doença: 1.976 nos últimos sete dias — trata-se de uma escalada que chega ao seu 18º dia consecutivo.

No total, 282.400 pessoas já morreram no país em decorrência da covid. O levantamento é do consórcio de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.

Até ontem, o dia com maior número de mortes notificadas em um intervalo de 24 horas havia sido em 10 de março, com 2.349 óbitos. Hoje, o país completou 15 dias seguidos com mais de mil óbitos pela doença entre um dia e outro.

A média móvel de mortes, que mede o índice diário num intervalo de sete dias, se mantém acima de mil óbitos há 55 dias. É o período mais longo desde março de 2020.

Em meio a mais uma troca de ministro da Saúde, o quarto durante a pandemia, o país enfrenta, em diferentes regiões, o colapso sanitário.

São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, juntos, apresentaram recorde de óbitos e respondem por 53% das mortes notificadas nas últimas 24 horas: foram 679, 501 e 307 óbitos, respectivamente.

O país soma 11.609.491 casos confirmados da doença, 84.014 deles registrados entre ontem e hoje.

Nove estados apresentaram recorde na média diária de mortes: AC (10), GO (125), MT (55), MS (25), PB (41), RS (253), SC (113), SP (400) e TO (16).

A tendência de aceleração da média móvel no país é de 48%.

Apenas o Norte apresenta estabilidade na média de mortes (12%). As outras regiões estão todas em aceleração: Nordeste (36%), Centro-Oeste (128%), Sudeste (28%) e Sul (91%).

Vinte e três unidades da federação, incluindo o Distrito Federal, apresentam alta no índice. Dois estados estão em queda e dois estão estáveis.

O Brasil em números

Na primeira onda:

  • Maior número de mortes em 24 h: 1.554 (19/7)
  • Maior média móvel de óbitos: 1.097 (25/7)
  • Maior período com média acima de mil: 31 dias
  • Maior número de óbitos em uma semana: 7.679 (de 19/7 a 25/7)

Na segunda onda:

  • Maior número de mortes em 24 h: 2.798 (16/3)
  • Maior média móvel de óbitos: 1.976 (16/3)
  • Maior período com média acima de mil: 55 dias
  • Maior número de óbitos em uma semana: 12.770 (de 7/3 a 13/3)

As 21 maiores médias móveis de mortes por covid-19 no Brasil ocorreram nos últimos 21 dias. As dez mais altas são as seguintes:

  • 16 de março - 1.976
  • 15 de março - 1.855
  • 14 de março - 1.832
  • 13 de março - 1.824
  • 12 de março - 1.761
  • 11 de março - 1.705
  • 10 de março - 1.645
  • 9 de março - 1.572
  • 8 de março - 1.540
  • 7 de março - 1.497

Os cinco dias com maior número de mortes em toda a pandemia ocorreram nos últimos sete dias (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):

  • 16 de março - 2.798
  • 10 de março - 2.349
  • 11 de março - 2.207
  • 12 de março - 2.152
  • 9 de março - 1.954

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: aceleração (27%)

  • Minas Gerais: aceleração (24%)

  • Rio de Janeiro: queda (-21%)

  • São Paulo: aceleração (51%)

Região Norte

  • Acre: aceleração (25%)

  • Amazonas: queda (-37%)

  • Amapá: aceleração (107%)

  • Pará: aceleração (29%)

  • Rondônia: aceleração (75%)

  • Roraima: estável (-3%)

  • Tocantins: aceleração (115%)

Região Nordeste

  • Alagoas: aceleração (55%)

  • Bahia: estável (-4%)

  • Ceará: aceleração (70%)

  • Maranhão: aceleração (29%)

  • Paraíba: aceleração (71%)

  • Pernambuco: aceleração (57%)

  • Piauí: aceleração (55%)

  • Rio Grande do Norte: aceleração (64%)

  • Sergipe: aceleração (122%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: aceleração (60%)

  • Goiás: aceleração (210%)

  • Mato Grosso: aceleração (106%)

  • Mato Grosso do Sul: aceleração (38%)

Região Sul

  • Paraná: aceleração (81%)

  • Rio Grande do Sul: aceleração (120%)

  • Santa Catarina: aceleração (56%)

Dados da Saúde

O ministério da Saúde informou hoje que o Brasil registrou 2.841 novas mortes provocadas por covid-19 nas últimas 24 horas. É a marca mais alta em toda a pandemia, pelos dados da pasta. Desde o começo da pandemia, a doença causou 282.127 óbitos em todo o país.

O recorde anterior, de acordo com as informações fornecidas pelo órgão, havia sido verificado em 10 de março, com 2.286 vítimas.

De ontem para hoje, houve 83.926 casos confirmados de covid-19 no Brasil, elevando para 11.603.535 o total de infectados desde o início da pandemia, de acordo com os números do Ministério.

Segundo os dados do governo federal, 10.204.541 pessoas se recuperaram da doença em todo o país até o momento, com outras 1.116.867 em acompanhamento.

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.