Covid: País tem recorde com 2.798 mortes em 24h; RS e SP superam 500 óbitos
O Brasil enfrenta nesta terça-feira (16) mais um dia de recordes trágicos na pandemia de coronavírus. Com 2.798 novas mortes por covid-19 reportadas nas últimas 24 horas, o país teve o seu dia mais letal. Outra marca assustadora é a mais alta média diária de óbitos causados pela doença: 1.976 nos últimos sete dias — trata-se de uma escalada que chega ao seu 18º dia consecutivo.
No total, 282.400 pessoas já morreram no país em decorrência da covid. O levantamento é do consórcio de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.
Até ontem, o dia com maior número de mortes notificadas em um intervalo de 24 horas havia sido em 10 de março, com 2.349 óbitos. Hoje, o país completou 15 dias seguidos com mais de mil óbitos pela doença entre um dia e outro.
A média móvel de mortes, que mede o índice diário num intervalo de sete dias, se mantém acima de mil óbitos há 55 dias. É o período mais longo desde março de 2020.
Em meio a mais uma troca de ministro da Saúde, o quarto durante a pandemia, o país enfrenta, em diferentes regiões, o colapso sanitário.
São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, juntos, apresentaram recorde de óbitos e respondem por 53% das mortes notificadas nas últimas 24 horas: foram 679, 501 e 307 óbitos, respectivamente.
O país soma 11.609.491 casos confirmados da doença, 84.014 deles registrados entre ontem e hoje.
Nove estados apresentaram recorde na média diária de mortes: AC (10), GO (125), MT (55), MS (25), PB (41), RS (253), SC (113), SP (400) e TO (16).
A tendência de aceleração da média móvel no país é de 48%.
Apenas o Norte apresenta estabilidade na média de mortes (12%). As outras regiões estão todas em aceleração: Nordeste (36%), Centro-Oeste (128%), Sudeste (28%) e Sul (91%).
Vinte e três unidades da federação, incluindo o Distrito Federal, apresentam alta no índice. Dois estados estão em queda e dois estão estáveis.
O Brasil em números
Na primeira onda:
- Maior número de mortes em 24 h: 1.554 (19/7)
- Maior média móvel de óbitos: 1.097 (25/7)
- Maior período com média acima de mil: 31 dias
- Maior número de óbitos em uma semana: 7.679 (de 19/7 a 25/7)
Na segunda onda:
- Maior número de mortes em 24 h: 2.798 (16/3)
- Maior média móvel de óbitos: 1.976 (16/3)
- Maior período com média acima de mil: 55 dias
- Maior número de óbitos em uma semana: 12.770 (de 7/3 a 13/3)
As 21 maiores médias móveis de mortes por covid-19 no Brasil ocorreram nos últimos 21 dias. As dez mais altas são as seguintes:
- 16 de março - 1.976
- 15 de março - 1.855
- 14 de março - 1.832
- 13 de março - 1.824
- 12 de março - 1.761
- 11 de março - 1.705
- 10 de março - 1.645
- 9 de março - 1.572
- 8 de março - 1.540
- 7 de março - 1.497
Os cinco dias com maior número de mortes em toda a pandemia ocorreram nos últimos sete dias (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):
- 16 de março - 2.798
- 10 de março - 2.349
- 11 de março - 2.207
- 12 de março - 2.152
- 9 de março - 1.954
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: aceleração (27%)
- Minas Gerais: aceleração (24%)
- Rio de Janeiro: queda (-21%)
- São Paulo: aceleração (51%)
Região Norte
- Acre: aceleração (25%)
- Amazonas: queda (-37%)
- Amapá: aceleração (107%)
- Pará: aceleração (29%)
- Rondônia: aceleração (75%)
- Roraima: estável (-3%)
- Tocantins: aceleração (115%)
Região Nordeste
- Alagoas: aceleração (55%)
- Bahia: estável (-4%)
- Ceará: aceleração (70%)
- Maranhão: aceleração (29%)
- Paraíba: aceleração (71%)
- Pernambuco: aceleração (57%)
- Piauí: aceleração (55%)
- Rio Grande do Norte: aceleração (64%)
- Sergipe: aceleração (122%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: aceleração (60%)
- Goiás: aceleração (210%)
- Mato Grosso: aceleração (106%)
- Mato Grosso do Sul: aceleração (38%)
Região Sul
- Paraná: aceleração (81%)
- Rio Grande do Sul: aceleração (120%)
- Santa Catarina: aceleração (56%)
Dados da Saúde
O ministério da Saúde informou hoje que o Brasil registrou 2.841 novas mortes provocadas por covid-19 nas últimas 24 horas. É a marca mais alta em toda a pandemia, pelos dados da pasta. Desde o começo da pandemia, a doença causou 282.127 óbitos em todo o país.
O recorde anterior, de acordo com as informações fornecidas pelo órgão, havia sido verificado em 10 de março, com 2.286 vítimas.
De ontem para hoje, houve 83.926 casos confirmados de covid-19 no Brasil, elevando para 11.603.535 o total de infectados desde o início da pandemia, de acordo com os números do Ministério.
Segundo os dados do governo federal, 10.204.541 pessoas se recuperaram da doença em todo o país até o momento, com outras 1.116.867 em acompanhamento.
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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