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Após fechar praias, Paes promete medidas mais duras e cobra Castro e União

Eduardo Paes (DEM) cobrou atitudes do governador em exercício do Rio de Janeiro - WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Eduardo Paes (DEM) cobrou atitudes do governador em exercício do Rio de Janeiro Imagem: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Colaboração para o UOL, no Rio

19/03/2021 07h53Atualizada em 19/03/2021 09h09

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), disse hoje que deve anunciar novas medidas restritivas mais duras contra a propagação do novo coronavírus, logo depois de decretar o fechamento das praias. Ele também cobrou do governador em exercício, Cláudio Castro (PSC), ações em nível estadual. E afirmou que está buscando ajuda da União para ampliação de leitos.

"Vamos reunir o comitê científico e anunciar, provavelmente ainda na segunda-feira, medidas mais restritivas, que devem se dar a partir do final da próxima semana", avisou o prefeito em entrevista coletiva.

Paes disse que vai se reunir com Castro no fim do dia para alinhar as medidas que o governo do estado pode tomar em conjunto com a Prefeitura. Ele voltou falar da importância de uma "solidariedade metropolitana" para dizer que a capital fluminense tem a circulação de pessoas de vários outros municípios.

"O Rio é centro de uma Região Metropolitana. É muito importante, portanto, que a cidade tenha suas restrições, mas que também haja um envolvimento da Região Metropolitana, se não essas restrições, a efetividade delas será muito menor", avaliou Paes.

Uma das prováveis medidas é a antecipação de feriados. Mas Paes afirmou que não pretende fazer isso sozinho. Ele busca uma articulação que envolva a região metropolitana ou outras cidades do estado. "A cidade do Rio de Janeiro não é uma ilha. Ela é o centro de uma Região Metropolitana. Qualquer decisão tomada sem uma solidariedade metropolitana não importa".

A Prefeitura do Rio informou que foram identificados, nesta semana, 11 novos casos de variantes. Destes, 9 são moradores do município. Ao todo, são 54 casos de variantes na cidade, sendo 22 moradores.

"Essa nova variante que está circulando na cidade está levando à internação de pessoas mais jovens. As pessoas mais jovens também estão se contaminando, mais do que antes", alertou Paes.

Pedido para a União

Paes também falou sobre uma possível articulação com o governo federal para conseguir ampliação de leitos na cidade.

"Estamos conversando com o Ministério da Saúde. Vamos tentar avançar na possibilidade de ter o Hospital da Lagoa e o Hospital de Ipanema, que são hospitais prontos, preparados com toda a infraestutura, para que o governo federal disponibilize para a prefeitura, em parceria com a iniciativa privada, a abertura de novos leitos".

O prefeito explicou que abrir hospitais de campanha não resolvem o problema, pois demoram para ficar prontos. "Tivemos o genocídio no primeiro semestre do ano passado, em que as pessoas não encontravam leito de UTI, porque enquanto tinha um monte de leito fechado, estavam abrindo hospital de campanha, que demorou a ficar pronto. Por mais que seja de campanha, demora um tempo (para ficar pronto)".

Paes também afirmou que "temos mais leitos de UTI disponíveis do que tínhamos com o hospital de campanha do ano passado".

Lockdown?

O prefeito foi perguntado se cogita implantar um lockdown na cidade, o que traria restrições inclusive para atividades essenciais e também a proibição de circulação nas ruas. Ele deixou claro que não pretende fazer isso agora, mas afirmou que fará "aquilo que for necessário no momento que for necessário".

Paes também contou que tem sofrido forte pressão de donos de bares e restaurantes, prejudicado pelos fechamentos. Mas ressaltou a importância de salvar vidas para que os comércios se recuperem futuramente.

"Não é uma questão da vontade do prefeito. Ou temos consciência daquilo que estamos vivendo, respeitando as vidas, ou vamos viver uma situação inadministrável nos próximos dias", concluiu Paes.