Covid-19: Rodrigo Pacheco diz que enviou pedido de socorro para os EUA
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse hoje que enviou uma carta à vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, pedindo socorro ao Brasil nas ações de combate à pandemia de covid-19.
No ofício, Pacheco pede autorização especial para que o Brasil compre as doses referentes da AstraZeneca - já aprovadas para uso no Brasil pela Anvisa, mas que ainda não foi liberada pela FDA, agência que regula medicamentos nos Estados Unidos.
"Solicitei, nesta sexta-feira, aos Estados Unidos, por meio de ofício enviado à vice-presidente Kamala Harris, pedido de socorro ao Brasil nas ações de combate à pandemia da covid-19", postou. "Pedi que fosse considerada, pelas autoridades norte-americanas, a eventual concessão de autorização especial que permita a aquisição, pelo governo brasileiro, de doses de vacina estocadas nos Estados Unidos e ainda sem a previsão de serem utilizadas localmente."
Na carta, Pacheco fala sobre o fato de os dois países serem os mais afetados pela pandemia, e sobre o "elevado grau de sofrimento imposto a nossos cidadãos". Diz que Kamala pode avaliar a "angústia e o sofrimento das famílias brasileiras diante do recente recrudescimento da pandemia" e do rápido avanço do vírus no Brasil.
Pacheco argumenta, ainda, que a concessão, além de representar um gesto humanitário e de aprofundamento de laços entre os países, seria a forma mais eficaz de conter a propagação da epidemia no atual epicentro. "Toda a comunidade internacional ganharia, em segurança sanitária e estima moral".
Na tarde de hoje, o presidente do Senado recebeu o novo ministro da saúde, Marcelo Queiroga e sugeriu um plano de ação "contundente" no combate à pandemia.
A atitude do presidente do Senado acontece um dia após a morte do senador Major Olimpio (PSL-SP), vítima da doença causada pelo novo coronavírus.
Com o clima mais pesado, parlamentares cobram ação mais eficaz do governo no enfrentamento à pandemia, mesmo após a troca de comando no Ministério da Saúde e a edição da medida provisória que autoriza o pagamento do auxílio emergencial a partir de abril.
Pacheco rebate Bolsonaro
Rodrigo Pacheco também disse hoje que não há razão para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) considere decretar estado de sítio no país. A possibilidade veio à tona depois que Bolsonaro pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a suspensão de decretos estaduais que determinaram medidas restritivas para o combate à pandemia de covid-19.
No pedido, o presidente da República, alegou que os decretos eram como um estado de sítio, e que só ele poderia tomar tal ação.
"Não há mínima razão fática, política e jurídica, para sequer se cogitar o estado de sítio no Brasil", afirmou Pacheco por meio de nota enviada por sua assessoria.
"Volto a dizer que o momento deve ser de união dos Poderes e ações efetivas para abertura de leitos, compras de medicamentos e vacinação", acrescentou o presidente do Senado.
A possibilidade de Bolsonaro decretar estado de sítio — apesar de o pedido ter de ser aceito antes pelo Congresso Nacional — foi alimentada com a consulta que o presidente do STF, Luiz Fux, decidiu fazer ao presidente da República sobre o assunto. Os dois conversaram por telefone hoje.
Fux chegou a perguntar se era necessário que ele fosse até Brasília, já que o presidente do STF está no Rio de Janeiro. No entanto, segundo uma fonte, Bolsonaro negou a possibilidade e afirmou que não pretende fazer nada do tipo no momento.
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