De saída da Saúde, Pazuello anuncia redistribuição de oxigênio para estados
O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello divulgou, por meio de sua assessoria de imprensa, que está realizando uma redistribuição de oxigênio entre os estados. Segundo o comunicado do "Plano Oxigênio Brasil", nos próximos dias 1.000 cilindros de oxigênio serão remanejados de São Paulo para Rondônia, Rio Grande do Norte, Ceará, Acre e para estados do Sul.
De Manaus, segundo a assessoria de Pazuello, sairão 200 cilindros de oxigênio para o Paraná; 4 usinas de oxigênio para Santa Catarina, Acre e Rondônia; além de concentradores de oxigênio para o Rondônia e Rio Grande do Norte. Além disso, remessas diárias de oxigênio em isotanques, ainda de acordo com a assessoria, serão levadas da capital do Amazonas para Porto Velho a partir de segunda-feira (22).
Essas ações contam com o apoio do Ministério da Defesa, conforme divulgado por Pazuello. O ministro divulgou entre as ações concluídas a transferência de duas usinas de oxigênio do Rio para o Amapá.
O UOL procurou o posicionamento do Ministério da Saúde, mas a pasta não respondeu até a publicação deste texto.
A Secretaria da Saúde do Rio disse que o abastecimento de oxigênio "encontra-se regular e que não há previsão de escassez nas unidades da pasta". Já o Amazonas afirmou que alcançou o equilíbrio entre oferta e demanda de oxigênio em suas unidades de saúde.
"O material disponibilizado faz parte da Operação Gratidão por meio da qual o Amazonas está retribuindo a ajuda recebida de outros estados na fase mais aguda da pandemia, nos meses de janeiro e fevereiro deste ano", disse o órgão estadual.
O Amazonas informou ainda que, além de equipamentos e insumos, ofereceu 30 leitos para Rondônia e Acre e recebeu 27 pacientes dos dois estados.
A Secretaria da Saúde de São Paulo disse que o estado "não pode prescindir de nenhum insumo, em especial dos gases medicinais que são essenciais para assistir casos graves de covid-19".
"Desde o início do ano, a demanda de oxigênio na rede hospitalar estadual aumentou pelo menos 40%. Mesmo com abastecimento contínuo, a Secretaria de Estado da Saúde mantém diálogo com representantes de empresas fornecedoras de gases medicinais, justamente para garantir a perenidade do fornecimento de oxigênio", afirmou o governo paulista.
No sábado (20), o governador João Doria (PSDB) disse que está negociando contratos com fabricantes de oxigênio para garantir o fornecimento do produto no estado, em meio à explosão no número de internações de pacientes com covid-19. Também ontem a capital paulista registrou falta de oxigênio pela primeira vez: dez pacientes que estavam internados na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Ermelino Matarazzo precisaram ser transferidos por falta de oxigênio.
O secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, atribuiu o problema ao atraso no abastecimento pela empresa White Martins (produtora do insumo). A companhia negou qualquer falha de fornecimento na UPA.
Na tarde de domingo (21), a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) anunciou na CNN uma doação de 250 cilindros de oxigênio para o estado.
Troca no ministério
Terceiro ministro da Saúde desde o início da pandemia, o general Eduardo Pazuello está de saída da pasta e deve ser substituído pelo cardiologista Marcelo Queiroga.
Na quinta-feira (18), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou que Pazuello deixaria o cargo na sexta (19), mas a troca ainda não foi publicada em Diário Oficial.
Bolsonaro ainda elogiou a atuação de Pazuello no Ministério da Saúde —hoje, o Brasil vive o pior momento da pandemia com colapso nos sistemas de saúde de todo o país e risco de falta de insumos para intubar pacientes.
"Deixo bem claro, quando Pazuello assumiu a Saúde tinha um problema seríssimo de gestão. Muita coisa esquisita, nada informatizado e ele teve que dar uma ordem unida. Ele fez um trabalho excepcional. Não deixou, desde o ano passado de fazer contratos para comprar vacinas", declarou o presidente.
Pazuello deixa o cargo sob pressão, depois de dez meses no comando da pasta — quatro deles interinamente. Ele assumiu em maio de 2020 após a saída de Nelson Teich, que, por sua vez, havia substituído Luiz Henrique Mandetta — ambos deixaram o cargo por divergência com Bolsonaro em relação à condução do enfrentamento da crise sanitária. Queiroga será o 4º ministro da Saúde desde o início da pandemia.
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