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Situação é gravíssima e será assim por 6 semanas, diz presidente do Conass

Carlos Eduardo Lula, secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde - Karlos Geromy/Governo do Maranhão
Carlos Eduardo Lula, secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde Imagem: Karlos Geromy/Governo do Maranhão

Do UOL, em São Paulo

17/03/2021 18h59

O presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Carlos Eduardo Lula, disse hoje que vê um cenário ainda pior da pandemia de covid-19 para as próximas semanas. Lula acredita que em breve faltarão até medicamentos necessários para o processo de intubação de pacientes com dificuldade de respiração.

Lula, que também é secretário de Saúde do Maranhão, prevê a continuidade do registro de milhares de mortes diárias no Brasil "por pelo menos mais seis semanas". As afirmações foram feitas em entrevista à CNN Brasil.

A situação hoje é gravíssima e a gente precisa tomar medidas urgentes. Já faltam respiradores, faltam monitores, vão faltar medicamentos para intubar pacientes.
Carlos Lula, presidente do Conass

O secretário maranhense vê a vacinação contra a covid-19 como principal instrumento capaz de evitar que o Brasil ultrapasse a marca de 3 mil mortes diárias — ontem o país atingiu um novo recorde, com 2.798 óbitos segundo dados do consórcio de imprensa do qual o UOL faz parte.

"Se a gente conseguir ter vacinado a população acima de 60 até o mês de abril aí a gente ia estar falando em metade do patamar que estamos hoje. Mas antes disso é improvável. Pelo contrário, a tendência é que a gente ultrapasse a marca de 3 mil óbitos em um dia só nos próximos dias", afirmou.

Coordenação nacional

Lula lembrou que, mesmo após mais de um ano de pandemia, ainda não há coordenação nacional sobre as ações de combate à covid-19. Crítico das atitudes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as medidas de prevenção à doença, o presidente do Conass argumentou que cada estado vem lidando com a pandemia do seu jeito, o que não beneficia o seu combate.

"O importante é a gente ter uma coordenação nacional dessas medidas para a gente ter parâmetros nacionais para adotar. Desde o começo da pandemia, cada estado vai do seu jeito e a tendência disso não dar certo é enorme", afirmou.

"O ideal é que essas medidas [restritivas, como o lockdown] pudessem ser adotadas, sim, e coordenadas pelo Ministério [da Saúde]", acrescentou Lula.

Em seu primeiro pronunciamento como novo ministro da Saúde, o cardiologista Marcelo Queiroga se mostrou hoje a favor do isolamento social e do uso de máscaras, medidas criticadas por Bolsonaro. O substituto do general Eduardo Pazuello também falou em adotar protocolos nacionais para UTIs (Unidade de Terapia Intensiva).