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Rio e Niterói fecharão comércio e serviços não essenciais a partir de sexta

Igor Mello

Do UOL, no Rio

22/03/2021 17h49Atualizada em 23/03/2021 18h02

Os prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), e de Niterói, Axel Grael (PDT), fizeram na tarde de hoje (22) um anúncio conjunto de novas medidas restritivas para conter o crescente número de casos de covid-19 na região metropolitana.

Nas duas cidades, o comércio e as demais atividades não essenciais —entre elas, atendimento presencial em bares e restaurantes— serão proibidos de funcionar a partir desta sexta-feira (26) até o dia 4 de abril, quando as medidas serão reavaliadas. Também serão fechadas escolas, creches e universidades.

As medidas foram debatidas na manhã de hoje em reunião conjunta dos comitês científicos das duas cidades.

Ficam proibidos de funcionar:

  • Todo o comércio e serviços não essenciais
  • Escolas, creches e universidades
  • Salões de bares, restaurantes e quisoques na orla
  • Boates, casas de festas, museus, galerias e equipamentos culturais
  • Salões de cabeleireiro, espaços de estética e similares
  • Realização de eventos esportivos, como jogos do Campeonato Carioca
  • Segue proibido o banho de mar e a permanência na faixa de areia, sendo permitida apenas a prática de esportes individuais nas praias

Ficam permitidos:

  • Comércio de alimentos e bebidas
  • Farmácias
  • Clínicas veterinárias e pet shops
  • Unidades de saúde e consultórios médicos
  • Feiras livres
  • Bancos, loterias e instituições financeiras
  • Lojas de materiais de construção
  • Serviços de entrega, drive thru e retirada em bares e restaurantes
  • Bancas de jornal, vedada a comercialização de bebidas alcoólicas
  • Templos religiosos (com restrições que ainda serão anunciadas)
  • Shopping centers poderão abrir, mas com funcionamento somente de estabelecimentos de serviços essenciais
  • Academias de ginástica

Questionados sobre a manutenção da abertura de templos com restrições, Eduardo Paes e Axel Grael demonstraram constrangimento. "Não vamos fechar as igrejas. Vamos estabelecer um limite e permitir que elas funcionem", afirmou Paes, vendo em seguida Grael repetir o discurso.

Paes nega risco de guerra judicial

Após o governador em exercício do Rio, Claudio Castro (PSC), afirmar que irá à Justiça contra medidas de fechamento do comércio, bares e restaurantes adotadas pelas prefeituras de Rio de Janeiro e Niterói, Paes procurou contemporizar e disse não acreditar na possibilidade de uma guerra de liminares.

"Eu tenho certeza que o governador vai pensar melhor e não vai entrar na Justiça, não. Tenho a convicção e a esperança de que ele vai ajudar na comunicação de medidas. Afinal de contas, todos nós queremos ajudar a salvar vidas", ponderou.

Apesar disso, Paes reiterou que as prefeituras têm autonomia para adotar medidas contra a pandemia dentro de suas atribuições —esse entendimento foi ressaltado em decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), no ano passado.

"Na cidade do Rio de Janeiro, valerão as regras da prefeitura Rio de Janeiro no que é sua atribuição", completou.

Os prefeitos do Rio e de Niterói articularam o gesto conjunto após demonstrarem insatisfação com a postura de Castro em relação à pandemia.

Aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Castro anunciou a decretação de um megaferiado de dez dias no estado, mas se negou a apoiar o fechamento de atividades econômicas —os bolsonaristas têm feito campanhas contra medidas de isolamento, como o lockdown. O decreto do governo do Rio com medidas para o estado deve ser publicado até amanhã (23).

Após Castro dizer à TV Globo que iria à Justiça contra medidas mais restritivas decretadas por prefeitos, Paes usou seu perfil no Twitter para provocá-lo: chamou o feriadão de "Castrofolia, a micareta do governador".