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Mandetta critica Pazuello e teme que Queiroga seja um "novo não-ministro"

Luiz Henrique Mandetta, quando era ministro da Saúde em abril de 2020; temor que Queiroga siga política de Pazuello - Foto: Adriano Machado/Reuters
Luiz Henrique Mandetta, quando era ministro da Saúde em abril de 2020; temor que Queiroga siga política de Pazuello Imagem: Foto: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

23/03/2021 11h07

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta teme que a troca prevista no comando da pasta não signifique uma mudança na política de combate ao coronavírus no Brasil. Em entrevista ao canal de Youtube MyNews, Mandetta disse que Eduardo Pazuello era um "não-ministro" e que o seu substituto Marcelo Queiroga, que ainda não foi nomeado, pode seguir o mesmo caminho.

"O ministro que está saindo, que é o Pazuello, aceitou o cargo com o compromisso de não ser ministro. É o primeiro ministro 'não-ministro' da Saúde da história do Brasil", disse Mandetta, que chefiou o Ministério da Saúde do Governo Bolsonaro até abril de 2020, quando foi substituído por Nelson Teich. Pazuello assumiu interinamente a pasta em maio, sendo efetivado posteriormente.

A troca anunciada no Ministério da Saúde ocorre no pior momento da pandemia no Brasil, com 24 dias consecutivos de recorde na média de mortes diárias. Ontem, o índice que leva em conta o período de uma semana registrou 2.298 óbitos a cada 24 horas.

Pazuello criticou Queiroga por dizer que a política de saúde é do governo e fez referência a uma notícia publicada pelo jornal O Globo de que o futuro ministro visitaria hospitais para confirmar os índices de morte por covid-19. Queiroga negou a informação.

"O outro que vem, o entrante, a primeira declaração é que a política é do governo, não do ministério. A primeira ação que ele (Queiroga) fala que vai fazer é 'eu vou nos hospitais inspecionar para saber se o número de óbitos é de covid'. Antevemos talvez um próximo 'não-ministro'", disse.

Na avaliação de Mandetta, a troca ocorreu porque Pazuello "se exauriu" no cargo diante de questionamentos sobre a sua política.

"Ele (Pazuello) formou um ministério cuja função era não ser ministério da Saúde, não orientar, não fazer, se anular, sair do SUS, sair do Pacto Federativo, minar o sistema por dentro', finalizou.