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Paes ironiza carioca nas ruas no 1º dia do 'superferiado': 'Tudo normal'

Prefeito do Rio, Eduardo Paes na coletiva do do 12° Boletim Epidemiológico da covid-19 na cidade - Beth Santos/Prefeitura do Rio
Prefeito do Rio, Eduardo Paes na coletiva do do 12° Boletim Epidemiológico da covid-19 na cidade Imagem: Beth Santos/Prefeitura do Rio

Rai Aquino

Colaboração para o UOL, no Rio

26/03/2021 09h13Atualizada em 26/03/2021 18h40

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), lamentou hoje ter visto um movimento intenso de pessoas nas ruas da capital fluminense no primeiro dia do "superferiado" de 10 dias na cidade, criado para evitar a propagação do novo coronavírus. Ele afirmou que o decreto que permite apenas o funcionamento de serviços essenciais no município não proíbe ninguém de sair de casa, mas pediu a colaboração da população.

"O movimento que a gente viu nessa manhã ainda nos ônibus, BRTs, trens, metrô, é de que tem muito serviço (funcionando). Está tudo normal, pode tudo", ironizou, durante apresentação do 12° boletim epidemiológico da covid-19 na cidade. "Não tem como fiscalizar a casa de ninguém e não vamos fazer isso. A única coisa que a gente pode fazer é apelar para a consciência das pessoas. Por favor, colaborem".

Os dias de folga no Rio começam hoje e vão até o Domingo de Páscoa (4 de abril). São 10 dias de feriados decretados pelo governo do estado, com a antecipação da comemoração de Tiradentes (21 de abril) e São Jorge (24 de abril). Além disso, o governador em exercício, Cláudio Castro (PSC), criou outros três feriados estaduais para o período.

Paes disse preferir chamar esses 10 dias de "momento de restrição" ou de recolhimento ao invés de "superferiado", para não estimular às pessoas a procurarem atividades de lazer. Ele reclamou de municípios que fazem fronteira com a capital manterem todas as atividades liberadas, sem citar quais.

Não é o momento de encontrar amigos, fazer festa. Conviva ali com o seu grupo mais próximo, o seu grupo familiar nesse momento
Eduardo Paes

Com 221.340 casos confirmados e 19.926 mortes pela covid-19 até o momento, o Rio de Janeiro tem 1.318 pessoas internadas com a doença atualmente. A ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na cidade é de 95%, com 139 pacientes aguardando uma vaga de terapia intensiva.

Estamos num momento de maior número de internações desde o início da pandemia. Portanto, quando a gente pede para as pessoas evitarem aglomerações, constrói as condições ou tenta minimizar os impactos negativos das restrições, principalmente sob o ponto de vista econômico, a gente está buscando diminuir o número de pessoas que contraem a doença, que vão parar na UTI
Eduardo Paes

Variantes

Durante a apresentação de hoje, a prefeitura revelou que registrou nesta semana 129 casos de novos infectados por uma das variantes da covid-19 que circulam no país. Ao todo, a cidade tem 183 pacientes com a cepa, 145 deles moradores do Rio de Janeiro. O número total de diagnosticados pelas variantes mais do que triplicou desde o último boletim, na última sexta-feira (19), quando chegava a 54.

Dos 145 casos de moradores do município com as novas cepas, quase todos, 137, estão infectados pela P.1, variante brasileira que surgiu em Manaus em janeiro. Os outros sete foram diagnosticados com a B.1.1.7, detectada pela primeira vez no Reino Unido, em outubro de 2020.

Ela (a variante P.1) é muito predominante. Oitenta e três por cento dos casos que foram verificados de vigilante hegemônica (essa) é a que mais circula na cidade do Rio de janeiro hoje
Daniel Soranz, secretário Municipal de Saúde do Rio de Janeiro

Vacinação

Sobre a vacinação contra a doença na cidade, Paes se disse otimista. Até o momento, 578.073 pessoas foram imunizadas com a primeira dose no município e 209.065 com a segunda.

O último calendário de vacinação divulgado pela prefeitura vai até o dia 10 de abril, com a imunização, até lá, de pessoas com 67 anos ou mais. O prefeito avisou que a cidade poderá "afrouxar e flexibilizar muito" as medidas restritivas após vacinar os idosos a partir de 60 anos com pelo menos uma dose.

Pode ser que no dia 23 (de abril) a gente tenha todo mundo com 60 anos ou mais vacinado. Vamos olhar com otimismo. É duro, é difícil, mas tem noticias boas pela frente também
Eduardo Paes