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Com 1.969 óbitos em 24 h, Brasil vê pico na média de mortes há 4 dias

Douglas Porto, Thaís Augusto e Ricardo Espina

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo

29/03/2021 19h01Atualizada em 29/03/2021 22h04

Há quatro dias consecutivos, o Brasil vem registrando picos inéditos na média de mortes em decorrência da covid-19 nos últimos sete dias, chegando hoje à taxa de 2.655 óbitos no período. Nas últimas 24 horas foram registradas 1.969 mortes. O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.

Desde o início da pandemia, o país contabiliza 314.268 vidas perdidas. Foram registrados 44.720 novos casos nas últimas 24 horas, chegando a um total de 12.577.354 pessoas já infectadas.

Apenas o estado de Roraima não enviou os dados alegando uma instabilidade dos servidores. Os números não indicam quando as mortes de fato ocorreram, mas, sim, quando foram incluídas no balanço oficial dos governos.

Já de acordo com o governo federal, foram computadas 1.660 novas mortes provocadas pela covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 313.866 óbitos causados pela doença desde o início de 2020.

De ontem para hoje, segundo a pasta, houve 38.927 diagnósticos positivos confirmados para o novo coronavírus no país, elevando o total de infectados para 12.573.615. Desse total, 10.969.247 pessoas se recuperaram da doença até o momento, com outras 1.290.502 em acompanhamento.

Três regiões do país apresentam números em aceleração: Sudeste (65%), Centro-Oeste (27%), Nordeste (31%). Sul com 12% e Norte com 0% estão estáveis. No geral, o Brasil apresenta aumento de 34% nos dados de média móvel nas mortes comparado com os dados de 14 dias atrás.

São 18 estados e o DF com alta nos registros, enquanto cinco apresentam estabilidade (BA, GO, PA, RS e PB) e outros três, queda (AC, AM e RR).

O Brasil em números

Na primeira onda:

  • Maior número de mortes em 24 h: 1.554 (19/7)
  • Maior média móvel de óbitos: 1.097 (25/7)
  • Maior período com média acima de mil: 31 dias
  • Maior número de óbitos em uma semana: 7.679 (de 19/7 a 25/7)

Na segunda onda:

  • Maior número de mortes em 24 h: 3.600 (26/3)
  • Maior média móvel de óbitos: 2.655 (29/3)
  • Maior período com média acima de mil: 68 dias
  • Maior número de óbitos em uma semana: 17.838 (de 21/3 a 27/3)

As 34 maiores médias móveis de mortes por covid-19 no Brasil ocorreram nos últimos 34 dias. As dez mais altas são as seguintes:

  • 29 de março - 2.655
  • 28 de março - 2.598
  • 27 de março - 2.548
  • 26 de março - 2.400
  • 23 de março - 2.349
  • 22 de março - 2.298
  • 24 de março - 2.279
  • 25 de março - 2.276
  • 21 de março - 2.255
  • 20 de março - 2.234

Os cinco dias com maior número de mortes em toda a pandemia ocorreram nos últimos doze dias (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):

  • 26 de março - 3.600
  • 27 de março - 3.368
  • 23 de março - 3.158
  • 16 de março - 2.798
  • 17 de março - 2.736

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: aceleração (123%)

  • Minas Gerais: aceleração (56%)

  • Rio de Janeiro: aceleração (56%)

  • São Paulo: aceleração (67%)

Região Norte

  • Acre: queda (-28%)

  • Amazonas: queda (-45%)

  • Amapá: aceleração (48%)

  • Pará: estabilidade (15%)

  • Rondônia: aceleração (16%)

  • Roraima: queda (-48%)

  • Tocantins: aceleração (43%)

Região Nordeste

  • Alagoas: aceleração (32%)

  • Bahia: estabilidade (14%)

  • Ceará: aceleração (53%)

  • Maranhão: aceleração (40%)

  • Paraíba: estabilidade (14%)

  • Pernambuco: aceleração (40%)

  • Piauí: aceleração (23%)

  • Rio Grande do Norte: aceleração (42%)

  • Sergipe: aceleração (32%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: aceleração (117%)

  • Goiás: estabilidade (-8%)

  • Mato Grosso: aceleração (41%)

  • Mato Grosso do Sul: aceleração (76%)

Região Sul

  • Paraná: aceleração (18%)

  • Rio Grande do Sul: estabilidade (5%)

  • Santa Catarina: aceleração (20%)

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.