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Teich prevê semanas 'dramáticas' e fala em 'minimizar perdas' por covid-19

Ex-ministro da Saúde, Nelson Teich disse que vacinação no Brasil está lenta - Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
Ex-ministro da Saúde, Nelson Teich disse que vacinação no Brasil está lenta Imagem: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

29/03/2021 12h22

O ex-ministro da Saúde Nelson Teich disse, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que as próximas semanas no Brasil serão dramáticas por causa do avanço da covid-19. Para Teich, as medidas para diminuição da transmissão da doença ainda vão demorar para surtir efeito e o trabalho deve ser feito para 'evitar ao máximo' as mortes.

"As próximas semanas serão dramáticas", disse Teich, ressaltando que a situação atual, com mais de 2.500 mortes registradas em média por dia, é reflexo do comportamento em semanas anteriores.

"A única coisa que pode ser feita para minimizar as perdas é preparar o sistema para cuidar das pessoas e evitar ao máximo as mortes", completou.

Para Teich, a vacinação ainda está em ritmo lento — apenas 2,22% da população brasileira já recebeu as duas doses — e, diante da situação, medidas de distanciamento social tornam-se ainda mais fundamentais.

"Neste momento a única opção é o distanciamento. Você tem que preparar os hospitais e, em paralelo, fazer um programa de distanciamento para amenizar a explosão. Por outro lado, imunizar com vacina para sair do distanciamento. Qual o problema da vacinação? Está lenta", disse.

Para o ex-ministro, que ficou no cargo entre abril e maio de 2020, a situação crítica deve demorar mais três semanas, mas pode se estender caso as medidas necessárias demorem a ser tomadas.

Autocrítica

Teich ainda disse na entrevista ao Valor Econômico que, se pudesse voltar ao tempo, teria se aproximado mais cedo dos conselhos de secretários estaduais e municipais de saúde durante a sua gestão.

"No pouco tempo que estive lá, tentei discutir um programa de testagem, de distanciamento, queria rever a discussão de doença e não estou falando de cloroquina, mas de oxigênio precoce. O distanciamento para mim tinha que ser um projeto Brasil - federal, estadual e municipal. Mas eu não tinha autonomia, por isso não fiquei", afirmou.