Brasil encerra pior mês da pandemia com novo recorde: 3.950 mortes em 24 h
Após bater sucessivos recordes ao longo desta semana, o Brasil termina o mês de março com o dia mais letal de toda a pandemia do novo coronavírus. Entre ontem e hoje, foram computadas 3.950 mortes em decorrência da doença. O número supera o recorde anterior, de 3.668 óbitos, atingido ontem.
Pela primeira vez, num intervalo de sete dias, foram registradas mais de 20 mil mortes. O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.
E mais: pelo sexto dia seguido, a média de mortes nos últimos sete dias supera os índices anteriores, atingindo o marco de 2.971. O índice é liderado pelo estado de São Paulo, que no período, registrou em média 821 óbitos.
De ontem para hoje, foram registrados 89.200 novos casos pelos estados, elevando o total de infectados a 12.753.258.
Já de acordo com as bases de dados do governo federal, foram 3.869 novas mortes confirmadas últimas 24 horas, o que totaliza 321.515 óbitos desde o início da pandemia.
Nas últimas 24 horas, houve 90.638 testes positivos cadastrados em todo o país, elevando o total de infectados para 12.748.747, segundo o ministério. Desse total, 11.169.937 pessoas se recuperaram da covid-19 até o momento, com outras 1.257.295 em acompanhamento.
Os dados não indicam quando as mortes e a confirmação dos casos de fato ocorreram, mas, sim, quando passaram a constar das bases de dados dos estados.
66 mil mortes em um mês
O saldo registrado hoje representa o dobro do que pior mês de 2020. Foram 66.868 óbitos durante os 31 dias do mês. Até então o recorde era de julho, com 32.912.
Antes mesmo de acabar, março já havia superado esse patamar no dia 19. Em julho de 2020, foi registrado o pico da primeira onda. Depois, as mortes começaram a cair, até atingir um pouco mais de 13 mil em novembro. Porém, com o início dos feriados de verão e fim de ano, os números voltaram a crescer e explodiram em março.
Além disso, março também foi o mês em que em que quase todos os estados apresentaram tendência de aceleração na média móvel de mortes por covid-19. A única exceção é o estado do Amazonas, que teve apenas quedas depois de apresentar altas consecutivas em dezembro, janeiro e fevereiro.
A segunda onda também trouxe o arrefecimento de outra estatística: o número de mortes de profissionais de enfermagem por covid-19 voltou a se acelerar, fazendo desse período aquele com mais mortes de enfermeiros, técnicos, auxiliares de enfermagem e obstetrizes em decorrência da covid-19.
Em março, o número de mortes no Brasil seria suficiente para "classificar" o país como 10º colocado no ranking de países com maior número de óbitos desde o início da pandemia.
Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, apenas EUA (551.863), México (202.633), Índia (162.468), Reino Unido (126.955), Itália (109.346), Rússia (97.219), França (95.798), Alemanha (76.459) e Espanha (75.459) superam a marca que o Brasil obteve só em março.
A pandemia nos estados
Três regiões do país apresentam números em aceleração: Sudeste (80%), Centro-Oeste (54%) e Nordeste (27%). O Sul, com 9%, e o Norte com 1% estão estáveis. No geral, o Brasil apresenta aumento de 42% nos dados de média móvel nas mortes comparado com os dados de 14 dias atrás.
São 16 estados e o DF com alta nos registros, enquanto oito apresentam estabilidade (BA, PA, PR, RO, RR, RS, SC e SE) e outros dois em queda (AC e AM).
Três estados e mais o Distrito Federal estabeleceram hoje o seu recorde de mortes em 24 horas
- Bahia - 160 (antes era 155, de 26 de março de 2021)
- Ceará - 282 (antes era 261, de 21 de maio de 2020)
- Distrito Federal - 117 (antes era 94, de 30 março de 2021)
- Paraíba - 73 (antes era 70, de 30 de março de 2021)
Dez estados e mais o Distrito Federal reportaram mais de cem mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. Nestes locais, o total de vítimas soma 3.400:
- São Paulo - 1.160
- Minas Gerais - 417
- Rio Grande do Sul - 304
- Rio de Janeiro - 295
- Ceará - 282
- Paraná - 196
- Goiás - 182
- Bahia - 160
- Santa Catarina - 133
- Distrito Federal - 117
- Mato Grosso - 100
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: aceleração (106%)
- Minas Gerais: aceleração (51%)
- Rio de Janeiro: aceleração (121%)
- São Paulo: aceleração (81%)
Região Norte
- Acre: queda (-16%)
- Amazonas: queda (-44%)
- Amapá: aceleração (59%)
- Pará: estabilidade (12%)
- Rondônia: estabilidade (13%)
- Roraima: queda (-10%)
- Tocantins: aceleração (30%)
Região Nordeste
- Alagoas: aceleração (26%)
- Bahia: estabilidade (7%)
- Ceará: aceleração (45%)
- Maranhão: aceleração (43%)
- Paraíba: aceleração (34%)
- Pernambuco: aceleração (25%)
- Piauí: aceleração (37%)
- Rio Grande do Norte: aceleração (32%)
- Sergipe: estabilidade (12%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: aceleração (111%)
- Goiás: aceleração (38%)
- Mato Grosso: aceleração (38%)
- Mato Grosso do Sul: aceleração (78%)
Região Sul
- Paraná: estabilidade (3%)
- Rio Grande do Sul: estabilidade (13%)
- Santa Catarina: estabilidade (11%)
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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