Presidente da Fiocruz diz que entregas com IFA nacional começam em setembro
A presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Nísia Trindade, disse hoje que as primeiras entregas de vacinas contra a covid-19 com produção inteiramente nacional serão feitas em setembro. Para isso, a Fiocruz começará a produzir no Brasil o IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) dos imunizantes, que hoje é importado da China.
A Fiocruz vem entregando desde o mês passado os primeiros lotes da vacina da AstraZeneca/Oxford com envasamento na instituição federal, após as primeiras doses do imunizante aplicadas no Brasil terem sido importadas já prontas da Índia. As entregas são feitas ao Ministério da Saúde para serem distribuídas pelo PNI (Programa Nacional de Imunização).
Para a produção 100% nacional, Nísia disse que será assinado ainda em abril um acordo de transferência de tecnologia. A presidente da Fiocruz deu a declaração em audiência pública realizada pela Comissão Temporária da covid-19 no Senado.
"Nós já estamos com as áreas adequadas, temos os profissionais. Estaremos assinando o contrato até o final deste mês, e as entregas se darão a partir do mês de setembro, de vacinas com o IFA nacional", afirmou Nísia.
O acordo firmado entre a Fiocruz e a AstraZeneca, que desenvolveu o imunizante em parceria com a Universidade de Oxford, prevê que a instituição brasileira produza 100,4 milhões de doses com IFA importado da China. Depois, serão mais 110 milhões de doses produzidas no segundo semestre com matéria-prima nacional.
No início de fevereiro, o IFA chinês teve um atraso no seu cronograma de entrega e prejudicou a previsão de produção de doses da Fiocruz. No entanto, segundo Nísia, os atrasos não devem mais se repetir, e a presidente falou em "compromisso" dos chineses com o cronograma.
Ontem, o Instituto Butantan, que produz a CoronaVac, teve que paralisar temporariamente o envase do imunizante por falta de insumos também vindos da China. Hoje, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que um novo lote de IFA já foi liberado, mas deve chegar ao Brasil somente em 20 de abril.
8,1 milhões de doses entregues
Nesta semana, a Fiocruz totalizou 4,1 milhões de doses entregues ao governo federal com envasamento nacional, que se somam aos 4 milhões importados da Índia. A instituição afirma que já produz hoje 900 mil doses diárias, mas pode chegar a 1,2 milhão em breve com a abertura de um novo turno de trabalho no Bio-Manguinhos (Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos).
A previsão da Fiocruz é de ter entregue à Saúde um total de 26,5 milhões doses até o início de maio.
A vacina de Oxford e a CoronaVac são até o momento os únicos imunizantes contra a covid-19 a serem aplicados no Brasil. A grande maioria das entregas vem do Butantan, que já entregou 38,2 milhões de doses ao PNI desde janeiro.
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