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Pessoas com comorbidades devem ser vacinadas por idade, orienta Saúde

Ministério da Saúde indica que estados e municípios façam imunização contra covid-19 de pessoas com comorbidades dos mais velhos para os mais novos  -  Matthew Horwood Colaborador Getty Images
Ministério da Saúde indica que estados e municípios façam imunização contra covid-19 de pessoas com comorbidades dos mais velhos para os mais novos Imagem: Matthew Horwood Colaborador Getty Images

Do UOL, em São Paulo

21/04/2021 13h20Atualizada em 21/04/2021 14h10

O Ministério da Saúde divulgou hoje uma orientação para a vacinação contra a covid-19 de pessoas com comorbidades relacionadas à doença, que incluem condições preexistentes como problemas cardíacos e pulmonares, diabetes e hipertensão arterial. A pasta indica que estados e municípios façam a imunização destes grupos separada por faixas etárias.

Com várias cidades pelo país já tendo concluído a aplicação de pelo menos uma dose para idosos, a implementação da vacinação de pessoas com comorbidades com idade entre 18 e 59 anos se tornou uma questão. Ontem, o governo paulista, por exemplo, cobrou uma definição do governo federal.

Até a orientação de hoje, o Ministério da Saúde tinha apenas identificado a quantidade estimada desse grupo a ser vacinado em 17,8 milhões de pessoas, incluindo nele 21 subgrupos com comorbidades consideradas prioritárias — no total, são mais de 50 patologias, entre condições preexistentes e síndromes.

Agora, a pasta chefiada pelo ministro Marcelo Queiroga indica que estados e municípios organizem suas campanhas de vacinação para pessoas com comorbidades por idade, das mais velhas para as mais novas.

A orientação da Saúde é que as faixas etárias sejam separadas a cada cinco anos, começando pelas pessoas de 55 a 59 anos. Depois, viriam aquelas com idade entre 50 e 54 anos, e assim por diante.

O governo federal ainda destacou que o ideal seria que essas pessoas fossem cadastradas antes no SIPNI (Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações) ou em alguma unidade de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde), mas que indica a apresentação de comprovantes médicos na hora da vacinação caso o cadastro não seja possível.

Apesar das orientações federais, estados e municípios seguem tendo autonomia para definirem seus próprios cronogramas de vacinação contra a covid-19.

Corrida entre grupos prioritários

Diante da escassez de vacinas para a campanha nacional, que caminha a passos lentos, associações e sociedades médicas ainda tentam ter algum tipo de prioridade para determinadas patologias. Por isso, a divisão por faixa etária recomendada pela Saúde pode não ser seguida por estados e municípios.

Além de não determinar priorizações dentro de um grupo com quase 18 milhões de pessoas, o Ministério da Saúde também não atendeu ainda a uma solicitação feita pela gestão do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Ao anunciar o início da vacinação de pessoas com síndrome de Down, transplantados imunossuprimidos e insuficientes renais em diálise a partir de 10 de maio, o governo paulista reclamou que não há definições por parte da Saúde sobre os quantitativos de cada subgrupo das pessoas com comorbidades, assim como a divisão por estados.

"Quando você olha o PNI [Programa Nacional de Imunização], estão lá todas as comorbidades, mas não há o percentual e a faixa etária por estado", afirmou Regiane de Paula, coordenadora do programa de imunização de São Paulo.