Ex-diretor da Anvisa questiona transparência dos dados sobre a Sputnik V
O médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, ex-diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), questionou a transparência das autoridades de saúde da Rússia sobre a vacina Sputnik V, usada contra a covid0-19.
"Todas as vacinas de vetor viral, estou me referindo basicamente a Jassen e a Oxford-Astrazeneca, estão com problemas de efeitos trombóticos muito raros, mas têm aparecido. Esta vacina usa a mesma tecnologia e nós não temos nenhum evento relatado sobre fármaco vigilância após a utilização da vacina. Será que ela é tão diferente assim ou será que não existe a transparência dos dados? Eu estou desconfiado da vacina da Sputnik V", disse Vecina em entrevista à GloboNews.
A Anvisa recebeu um pedido de uso emergencial do imunizante, válido para todo o país, e outro para importação da vacina feito por estados e municípios. O segundo pedido chegou ao STF (Supremo Tribunal Federal), que deu prazo de 30 dias para que a agência avalie o pedido dos estados.
Alegando falta de informações, a Anvisa pediu que esse prazo fosse suspenso, o que foi negado hoje pelo STF, com relação ao pedido feito pelo estado do Maranhão. Hoje, a diretoria da agência se reúne para avaliar a vacina russa.
"As exigências que a Anvisa está fazendo não são exigências da Anvisa, são exigências de todas as agências de bom padrão no mundo inteiro. Essa vacina não tem registro em nenhum país das agências mais importantes. Os melhores países onde eles têm registro é México e Argentina", disse o médico.
Vecina ainda afirmou que, na sua visão, o "México tem uma vigilância sanitária sofrível e a Argentina tinha uma vigilância sanitária boa, mas sofreu muito" nos últimos anos. "Então, eu acho que nós teríamos que tomar cuidado", completou.
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