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MP-MG apura plano para distribuição em massa de ivermectina em Sete Lagoas

Medicamento não tem eficácia comprovada no tratamento da covid-19, fato já reconhecido pela fabricante do remédio - Divulgação
Medicamento não tem eficácia comprovada no tratamento da covid-19, fato já reconhecido pela fabricante do remédio Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

27/04/2021 19h53

O MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais) abriu processo para investigar um plano de distribuição em massa do medicamento ivermectina para pessoas de baixa renda em Sete Lagoas (MG). O remédio faz parte do chamado "kit covid", que é propagado como útil para o tratamento precoce da covid-19, procedimento sem eficácia comprovada cientificamente.

Segundo o MP-MG, o plano era considerado por médicos e profissionais de saúde. A ideia era oferecer o medicamento como profilaxia contra a doença causada pelo novo coronavírus, também como forma de prevenção. No entanto, em fevereiro, a própria fabricante da ivermectina já confirmou que o remédio não tem eficácia comprovada contra a covid-19.

O MP-MG confirmou ao UOL que instaurou o procedimento de uma notícia de fato para investigar o caso. Segundo o diretório municipal do PSOL em Sete Lagoas, o partido foi responsável por protocolar uma representação no órgão pedindo a instauração de um inquérito civil.

O PSOL regional afirma que o plano para a distribuição em massa da ivermectina foi exposto por prints de uma reunião virtual entre um grupo de empresários, vereadores da cidade e médicos, incluindo o secretário municipal de Saúde, Flávio Pimenta.

Segundo a publicação do diretório nas redes sociais, "já teriam sido arrecadados 8 mil comprimidos" do medicamento. O comando regional do PSOL também afirma que, além do secretário municipal, também estava presente na reunião o vereador Ivson Gomes (Cidadania).

"São criminosos, prepotentes e acham que dinheiro compra tudo. Até a vida alheia. Pobre não é cobaia de experimento científico de ninguém", diz a publicação do partido.

Prefeitura se defende

A Prefeitura de Sete Lagoas, que tem o prefeito Duílio de Castro (Patriota) à frente da gestão municipal, se pronunciou por meio de nota, também publicada nas redes sociais, se defendendo sobre o caso. O texto cita uma reportagem da TV Globo local exibida hoje, mas dá esclarecimentos sobre o suposto plano de distribuição da ivermectina.

A administração municipal afirma que "não tem qualquer envolvimento oficial ou extraoficial com ações de grupos privados, médicos, empresários, simpatizantes e políticos locais com relação a protocolo de tratamento precoce ou imediato para combate à covid-19".

A gestão de Duílio de Castro ainda disse que "segue as recomendações e preceitos do Conselho Federal de Medicina, baseadas em evidências científicas que garantam a saúde do paciente".

Vereador repercute post do PSOL

Citado pelo diretório municipal do PSOL, o vereador Ivson Gomes repercutiu nas redes sociais a publicação do partido, reconhecendo que vem tentando formar na Câmara Municipal de Sete Lagoas uma comissão para o tratamento precoce da covid-19.

"Estamos no caminho certo", escreveu o parlamentar na legenda de um post com a seguinte afirmação: "Boa notícia! PSOL é contra nosso trabalho".