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Após suspensão de vacinação, governo entregará 104 mil doses de CoronaVac

Sem insumos, a produção e entrega de novos lotes de CoronaVac ficou atrasada - IGOR DO VALE/ESTADÃO CONTEÚDO
Sem insumos, a produção e entrega de novos lotes de CoronaVac ficou atrasada Imagem: IGOR DO VALE/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo*

28/04/2021 22h14

O Ministério da Saúde anunciou que a partir de amanhã vai começar a enviar 104,8 mil doses de CoronaVac para os estados. O atraso na entrega de um novo lote do imunizante, como consequência da falta de insumos para sua produção, levou cidades de ao menos 11 estados do Brasil a suspenderem a vacinação contra a covid-19 esta semana.

A pasta, porém, não explicou a origem das doses de CoronaVac que serão enviadas aos estados ou o porquê de elas não terem sido distribuídas anteriormente.

De acordo com o ministério, as doses são destinadas para a vacinação de idosos entre 60 e 64 anos, forças de segurança e salvamento e Forças Armadas que atuam na linha de frente da pandemia. Também, estão sendo enviadas vacinas adicionais para imunização de trabalhadores da saúde de Santa Catarina.

Além disso, a partir de amanhã serão distribuídas 5,1 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca. Os imunizantes serão enviados de forma proporcional entre todos os estados e o Distrito Federal.

Cidades tiveram falta de imunizantes

A interrupção aconteceu em Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Segundo o Jornal Nacional, da TV Globo, Amapá, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia também registraram suspensão da aplicação de doses.

No Rio de Janeiro, pelo menos 10 cidades interromperam a imunização, entre elas Duque de Caxias, Maricá, Mesquita, Nilópolis e Nova Iguaçu — as outras cinco não foram divulgadas. Nestes lugares, não há previsão de chegada de mais vacinas. Em alguns lugares, todo o estoque foi usado para aplicação da primeira dose, como orientou o Ministério da Saúde.

No Rio Grande do Sul a situação é preocupante porque mais de 260 mil pessoas já receberam a primeira dose e estão com o cronograma da segunda ameaçado. Em Canoas, a suspensão da aplicação da segunda dose teve início anteontem e deve atingir ao menos 10,2 mil pessoas.

Segundo a Prefeitura de Porto Alegre, a imunização não foi completamente interrompida, mas seguirá apenas para somente a primeira dose na população acima dos 60 anos e no mês de maio "farmácias parceiras voltam a vacinar profissionais [de saúde] após a chegada de novas doses".

Manaus afirmou que a suspensão foi feita a pedido do Ministério da Saúde e será temporária. Já a Prefeitura de Curitiba informou que 20 pontos de vacinação serão desativados a partir de amanhã, até que chegue o novo lote.

A Secretaria da Saúde de Pernambuco disse que esperava nesta semana 126 mil doses para a segunda aplicação, mas que só recebeu 28 mil, o que impede de concluir o esquema vacinal de quase 100 mil de pessoas. Maceió diz ter recebido só um terço das doses previstas para a semana.

Na Paraíba, após 63 cidades suspenderem a oferta da dose de reforço, a Justiça determinou que o Ministério da Saúde enviasse 75 mil doses antecipadamente para retomar a campanha. Natal e Mossoró (RN) interromperam a aplicação da 2ª dose. Levantamento da Secretaria da Saúde potiguar aponta que 56,8 mil pessoas já com a dose atrasada.

Em São Paulo, Cajamar parou com a segunda aplicação semana passada e informou que entrará em contato com as pessoas que estavam agendadas para remarcar a imunização quando receber nova remessa. Guarapari (ES) esgotou todo o estoque de vacinas ontem e anunciou que a aplicação de 2ª dose está suspensa a partir de hoje.

*Com Estadão Conteúdo