Justiça proíbe Natal de divulgar ivermectina para tratar covid, diz senador
A Justiça do Rio Grande do Norte determinou hoje que a Prefeitura de Natal retire a ivermectina do protocolo de tratamento da covid-19. O medicamento, também indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não tem eficácia comprovada contra a doença.
A informação foi divulgada pelo senador Jean Paul Prates (PT), que é autor do pedido liminar. Ele comemorou a decisão pelo Twitter. "Parabéns à Justiça, que cumpre a lei e protegeu o povo potiguar dessa prática, que deve ser combatida".
Dar remédio sem eficácia pra população tomar é crueldade e é criminoso: o uso indiscriminado da medicação não trata a covid e ainda coloca em risco a saúde da população".
Senador Jean Paul Prates pelo Twitter
A decisão judicial também proíbe a Prefeitura de Natal de fazer propaganda para o remédio. Em vídeo que circula nas redes sociais, o prefeito Álvaro Dias (PSDB) diz que não tem pressa para tomar a vacina porque toma a ivermectina.
"Aproveito a oportunidade para aconselhar a população: quem não tiver acesso à vacina, continue tomando a ivermectina de 15 em 15 dias na dosagem recomendada que estava devidamente protegido conta o coronavírus".
Em março, o MPRN (Ministério Público do Rio Grande do Norte) abriu uma investigação contra Álvaro Dias pela distribuição de ivermectina como tratamento preventivo contra a covid-19.
Em decreto de julho de 2020, Dias determinou que a Secretaria Municipal de Saúde de Natal providenciasse a disponibilização de "kit de medicamentos aos pacientes infectados pela covid-19 que possuam receita médica com a indicação de tratamento com tais fármacos como hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina, azitromicina ou outros fármacos que venham a ser liberados e preconizados pelo Ministério da Saúde".
No portal da prefeitura do Natal, a Assessoria de Comunicação postou, no dia 15 de fevereiro passado, reportagem na qual afirma: "Até que a vacinação em Natal esteja concluída, o prefeito Álvaro Dias pretende reforçar as políticas de prevenção à doença e as voltadas para o tratamento precoce. O uso da Ivermectina, como medicamento profilático, por exemplo, é apontado pelo prefeito como extremamente necessário e benéfico, por evitar a disseminação da doença e ajudar a reduzir a carga viral e, assim, diminuir frontalmente os efeitos da covid-19 nas pessoas".
Não foi citado, porém, nenhum estudo científico que comprove o que é defendido pelo prefeito, que é médico pediatra formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
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