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Novo secretário de Saúde do RJ não descarta quarta onda de covid-19

Quarta onda de covid-19 no Brasil é possível, diz secretário de Saúde do RJ - Divulgação
Quarta onda de covid-19 no Brasil é possível, diz secretário de Saúde do RJ Imagem: Divulgação

Colaboração para o UOL

14/05/2021 08h38Atualizada em 14/05/2021 20h41

O Rio de Janeiro recebeu o seu quinto secretário estadual de Saúde durante a pandemia. Na semana passada, o médico obstetra Alexandre Chieppe subiu ao cargo após 21 anos trabalhando na pasta. Uma de suas prioridades, disse em entrevista ao jornal O Globo, é unificar a vacinação estadual e municipal contra a covid-19.

Além do projeto do estado para imunização, o Rio de Janeiro acumula outros 92 calendários municipais com o mesmo fim. "Temos no Brasil uma verdadeira guerra política entre municípios e estados para ver quem avança mais rápido na vacinação", pontuou. A sugestão do médico é unificar as campanhas assim que os grupos prioritários estiverem vacinados.

O prefeito da capital, Eduardo Paes, já tinha anunciado um planejamento para vacinar todas as pessoas acima de 18 anos até o fim de outubro. No entanto, Chieppe disse que isso não foi acordado com a pasta. "Me preocupa o fato de a gente não ter uma garantia do Ministério da Saúde de uma entrega regular de doses ou quantitativo. Me preocupa criar essa expectativa na população", falou.

O secretário espera que a prefeitura do Rio se reúna com as outras cidades fluminenses para fazer um novo calendário. Para ele, o ideal seria pautar o resto do estado de acordo com a capital, por ser "maior e mais complexa". Segundo Chieppe, a vacinação dos habitantes com mais de 18 anos deve ser concluída até o fim do ano.

Não é só a desorganização entre estado e municípios que preocupa o novo secretário da pasta. O médico afirmou não ter comunicado oficial, mas existir a possibilidade de imunizantes demais serem gastos como primeira dose e não ter o suficiente para o reforço. "Quando receber as vacinas, guardar uma reserva estratégica de 20%, mantendo ela ao longo do tempo para suprir qualquer problema ou atraso no cronograma", propôs.

Quarta onda da covid

Além de eventuais atrasos, a pasta não teria suprimentos em caso de alguma emergência, como erro de armazenamento ou fogo numa central de vacinas. Apesar de o número de morte por coronavírus estar em declínio no Brasil, Chieppe segue desenvolvendo um método de contingência e melhor distribuição de leitos hospitalares.

"Não descartamos uma quarta onda. Hoje, temos leitos o suficiente para atender uma demanda parecida com a da terceira onda, mas se foi maior que isso, não", falou. Outro obstáculo é que os respiradores comprados pelo Ministério da Saúde não foram entregues. "Não chegou nada do que pedimos. Com o respirador, consigo transformar uma enfermaria em UTI, o que numa urgência é fundamental", completou.

Durante a semana, houve conversa sobre reabrir estádios de futebol. Na percepção do secretário, tudo depende de como ocorreria o evento. "O jogo da final da Libertadores tinha 10%, mas estavam todos no mesmo lugar. Aí não adianta. Era melhor ter colocado três vezes mais e espalhado ao longo do estádio", opinou. Outra preocupação desse tipo de evento é a aglomeração em transportes públicos para chegar até o local.

Após a vacinação contra a covid-19, o secretário mira enfrentar no próximo ano doenças como dengue, zika e chicungunha. Chieppe também disse que a secretaria está em fase de reconstrução e afirmou que a corrupção já foi um problema grande na pasta, mas ficou para trás. "Estamos reestruturando agora, criando mecanismos de controle, criando uma subsecretaria trazendo um técnico do Tribunal de Contas", falou.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Uma primeira versão do texto informava incorretamente que o governo estadual do Rio tinha anunciado um planejamento para vacinar todas as pessoas acima de 18 anos até o fim de outubro. Quem anunciou foi a prefeitura do Rio. A informação foi corrigida.