MPF pede retomada de vacinação contra covid-19 em grávidas sem comorbidades
O MPF (Ministério Público Federal) entrou com uma Ação Civil Pública solicitando a retomada da vacinação contra covid-19 de gestantes e puérperas sem comorbidades em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal.
O MPF argumenta que eventos esporádicos adversos após a aplicação da vacina AztraZeneca em gestantes não deveria ser um impeditivo para a vacinação com outros imunizantes que já tenham sido liberados para esses grupos, como os da Pfizer e Sinovac.
"Levantamento do Observatório Obstétrico Brasileiro covid-19 mostrou que o número de mortes de grávidas e puérperas - mães de recém-nascidos - por covid-19 mais que dobrou em 2021 em relação à média semanal de 2020, e que o aumento de mortes nesse grupo ficou muito acima do registrado na população em geral. Também foi constatado que nas mulheres em condição de puerpério que tiveram a síndrome respiratória aguda grave confirmada por covid-19, a porcentagem de óbito em 2020 foi de 13,8% e, em 2021, até o momento, de 28,3%. Ou seja, quase três em cada dez mulheres grávidas infectadas sucumbem à doença", argumenta o MPF.
Suspensão da vacinação
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendou ao Ministério da Saúde, no dia 11 de maio, a suspensão da vacinação de grávidas com o imunizante da AstraZeneca, após ter sido comunicada pela Fiocruz sobre a suspeita de grave acidente vascular cerebral hemorrágico com plaquetopenia, ocorrido em gestante, com óbito fetal, após a administração da vacina.
Após a recomendação, o Ministério da Saúde resolveu vacinar apenas gestantes e puérperas com comorbidades, sem a utilização do imunizante da AztraZeneca. Gestantes e puérperas sem comorbidades foram retiradas do grupo prioritário, segundo divulgação da 7ª edição do PNO (Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação).
O MPF argumenta que a decisão de suspender a vacinação de gestantes e puérperas sem comorbidades com outros imunizantes que não sejam da AztraZeneca, como os da Pfizer e Sinovac, não segue corretamente a recomendação dada pela Anvisa.
"Haja vista que o evento adverso grave observado foi estritamente atrelado às especificidades do imunizante da AstraZeneca, a medida cautelar de suspender a vacinação com as vacinas da Sinovac e Pfizer para gestantes e puérperas sem comorbidades não é adequada aos fins pretendidos, de se proteger a saúde dessa parcela da população", defende o MPF.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.