Alinhado a Bolsonaro, Queiroga diz ser contra uso obrigatório de máscara
Alinhado ao que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declara, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse ser contra o uso obrigatório de máscaras, item utilizado para diminuir os riscos de contágio por covid-19. As declarações foram feitas hoje, durante uma entrevista ao canal bolsonarista do YouTube, Terça Livre.
Queiroga acredita que o uso de máscara tem que ser um "ato de conscientização" em vez de uma determinação do estado. O ministro havia sinalizado no começo da semana que pretende desobrigar o uso das máscaras até o final deste ano.
Somos contra essa obrigatoriedade [do uso de máscaras]. O Brasil tem muitas leis e as pessoas, infelizmente, não observam. O uso de máscaras tem de ser um ato de conscientização
Marcelo Queiroga
De acordo com o ministro, o uso obrigatório de máscaras gera uma "uma indústria de multas" e se é necessário obrigar as pessoas a usarem máscara é por falta de ações capazes de esclarecer à população a importância do item.
As falas de Queiroga aconteceram mesmo com o avanço da variante delta no país, que chega a ser maior que a gama — antiga P.1 —, que circulava em Manaus, no Amazonas.
O ministro também disss ser contra a restrição de pessoas caso um país exija a apresentação de um atestado de vacinação contra o vírus. Na leitura do ministro, isso fere a liberdade individual.
"Vejo uma lei para criar passaporte sanitário. Acabou a pandemia, o que vai fazer com esse passaporte? Nada. É diferente de um certificado de que você tomou a vacina. Existem países que exigem, como para vacina da febre amarela, mas não como forma de restringir liberdades individuais", declarou Queiroga.
O canal em que Queiroga foi entrevistado foi denunciado por ameaças contra o ministro Luís Roberto Barroso, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O Terça Livre é apontado como suspeito de produzir fake news.
MPF denuncia o bolsonarista dono do Terça Livre
O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos foi denunciado ontem pelo MPF (Ministério Público Federal) por ameaça e incitação de crime contra o STF (Supremo Tribunal Federal) e contra o atual presidente do TSE.
O ministério observou que Allan dos Santos usou o canal do Terça Livre no YouTube para "desafiar o magistrado a enfrentá-lo pessoalmente".
O mesmo blogueiro é investigado no inquérito das fake news no Supremo por ter afirmado que poderia fazer mal ao presidente do STF caso o encontrasse fora da internet.
O órgão explicou que o dono do canal teria proferido as falas em um vídeo nomeado como "Barroso é um miliciano digital" publicado no canal do blogueiro em 24 de novembro de 2020.
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