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Na contramão do governo, SP quer diminuir intervalo para 2ª dose da Pfizer

Frasco da vacina contra covid-19 da Pfizer-BioNTech em clínica perto de Tel Aviv, Israel - Jack Guez/AFP
Frasco da vacina contra covid-19 da Pfizer-BioNTech em clínica perto de Tel Aviv, Israel Imagem: Jack Guez/AFP

Henrique Sales Barros, Lucas Borges Teixeira e Rayanne Albuquerque

Do UOL, em São Paulo

18/08/2021 14h42Atualizada em 18/08/2021 14h42

O governo de São Paulo está planejando reduzir o intevalo entre as doses de Pfizer no estado de três meses para 21 dias. O objetivo seria aumentar mais rapidamente o número de completamente imunizados, em meio à flexibilização do estado.

A estratégia já foi adotada na capital paulista para todas as vacinas na chamada xepa, quando sobram doses no frasco, mas, para institucionalizar a medida, o estado precisa da anuência do Ministério da Saúde, que indicou posição contrária nesta manhã, e de um contingente suficiente de vacinas.

A mudança seria possível porque a bula do imunizante norte-americano já prevê um intervalo de 21 dias para garantir eficácia. No início da pandemia, muitos países, como Reino Unido, adotaram janela de três meses para acelerar a aplicação da primeira dose. O Brasil seguiu o mesmo caminho.

Os países rapidamente, pelo volume de vacinas que foram compradas e pela eficiência em seu planejamento, voltaram aos 21 dias. O que a gente solicita é que volte aquilo que está em bula, que é de 21 dias.
Regiane de Paula, coordenadora do PEI (Programa Estadual de Imunização)

Agora, em meio à flexibilização das medidas restritivas e avanço da variante delta, São Paulo quer reverter esse quadro. Mas encontra resistência no governo federal.

Nesta manhã, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez aceno contrário. Com o objetivo de equalizar a imunização entre os estados, ele afirmou que a distribuição de vacinas irá priorizar as regiões que estão com o calendário atrasado e pediu para que os estados não mudem o intervalo da aplicação de doses.

A coordenadora do PEI chegou a comentar que Queiroga deixou claro que pretende enviar novas doses e que, diante desses complementos, São Paulo também deseja antecipar as doses da AstraZeneca. "Eu estava aqui, assisti a coletiva, e nós vamos formalizar, através do PEI, vamos olhar o ofício e encaminhar a solicitação", declarou.

Para continuar avançando na imunização em São Paulo, o estado iniciou hoje a aplicação da primeira dose em adolescentes com comorbidades e espera que o Ministério da Saúde encaminhe novas doses para que seja possível avançar com a imunização dessas faixas etárias.

O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, disse que o estado foi o primeiro a retomar as atividades escolares, em 8 de setembro de 2020 e que um passo importante para concretizar a ação foi a vacinação de professores, em 10 de abril.

Os adolescentes com comorbidades, para quem é pai, mãe, e sabe a importância da vida do seu filho, sabe que hoje é o dia da vitória
Rossieli Soares, secretário de Educação de São Paulo