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Com pico de covid no Rio, Paes descarta fechar praias: 'Calor desgraçado'

Eduardo Paes (PSD), prefeito do Rio - Fábio Motta / Prefeitura do Rio
Eduardo Paes (PSD), prefeito do Rio Imagem: Fábio Motta / Prefeitura do Rio

Lola Ferreira

Do UOL, no Rio

27/08/2021 17h35

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), descartou qualquer medida restritiva em relação às praias da cidade. No último fim de semana, toda a orla ficou lotada e houve aglomeração no transporte público —imagens mostraram muita gente sem máscara.

Hoje, a prefeitura informou que a cidade teve uma alta de casos de covid-19 pela sétima semana. Foram 49 mil casos entre os dias 8 e 14 (os dados mais recentes disponíveis). A SMS (Secretaria Municipal de Saúde) diz que o total de casos das duas semanas seguintes aumentou levemente, mas os dados ainda não foram divulgados.

Paes diz que "não é realista" restringir o acesso às praias a essa altura. Entretanto, sobre a aglomeração nos transportes públicos —reclamação também em dias úteis— não se posicionou.

Eu te confesso que fico indignado quando vejo alguém reclamar de praias lotadas. As pessoas vão à praia, é um lugar aberto. Quantas vezes especialistas disseram sobre a praia, que é bom as pessoas terem seu lazer na praia? Então vão para a praia, não tem jeito. Não vou fechar a praia, um calor desgraçado."
Eduardo Paes, prefeito do Rio

Avanço da delta não se reflete em óbitos

O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que a alta de casos de covid no Rio está relacionada à alta transmissibilidade da variante delta, mas também à maior capacidade de testagem do município.

"A variante delta provoca o aumento de casos mas não aumenta na mesma proporção de óbitos e internação. Claro que merece atenção, mas a gente também aumentou a capacidade de testagem, identificamos mais casos", disse ele.

O Rio mantém nível estável de óbitos e hospitalizações em todo mês de agosto, mas a prefeitura não divulga o perfil dos internados.

Em julho, a delta respondeu por 58% das amostras coletadas no município do Rio. Pela alta circulação da variante, todas as regiões da cidade estão em risco "alto", o que significa que deverão manter restrições vigentes no mínimo até 13 de setembro.

Atualmente, os únicos tipos de estabelecimentos proibidos de funcionar na capital são boates, salões de dança e danceterias. O restante não tem limite de horário, mas precisa observar medidas como capacidade (40% do público em espaços fechados e 60% em espaços abertos), distanciamento e higienização das mãos.

Passaporte da vacina começa a valer em setembro

A partir de setembro, a cidade exigirá a comprovação obrigatória da vacinação contra a covid para o acesso e permanência do público no interior de alguns estabelecimentos, realização de cirurgias eletivas e inclusão ou manutenção no programa Família Carioca, de transferência de renda.

Paes afirmou que o objetivo é estimular a vacinação e proteger aqueles que já se vacinaram, além de ser um "teste" para a reabertura da cidade. A medida não vale para bares e restaurantes, sob o mesmo argumento de manutenção do funcionamento das praias: "Não é realista", diz o prefeito.

O comprovante de imunização pode ser da primeira dose, segunda dose ou de dose única, dependendo do cronograma oficial de vacinação no município.

Veja a lista de estabelecimentos que deverão exigir a comprovação a partir de 1º de setembro

  • Academias de ginástica, piscinas, centros de treinamento e de condicionamento físico e clubes sociais;
  • Vilas olímpicas, estádios e ginásios esportivos;
  • Cinemas, teatros, salas de concerto, salões de jogos, circos, recreação infantil e pistas de patinação;
  • Atividades de entretenimento, exceto quando expressamente vedadas;
  • Locais de visitação turísticas, museus, galerias e exposições de arte, aquário, parques de diversões, parques temáticos, parques aquáticos, apresentações e drive-in;
  • Conferências, convenções e feiras comerciais.