Em 1º dia de 3ª dose em SP, CoronaVac representa 99% das vacinas aplicadas
A aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19 começou nesta segunda-feira (6) em São Paulo. Segundo a Secretaria de Saúde do estado, 12.607 doses adicionais foram aplicadas. Entre os vacinados neste primeiro dia, 99,2% tomaram a CoronaVac, 0,3% a Astrazeneca e 0,1% a Pfizer.
Os primeiros contemplados foram os idosos com mais de 90 anos que tomaram a segunda dose do imunizante há no mínimo seis meses, ou seja, até o dia 6 de março. A imunização deste grupo, segundo o calendário divulgado pelo governador João Doria (PSDB-SP), vai até o dia 12 deste mês.
Dando sequência ao reforço da vacinação, entre 13 e 19 de setembro, serão alcançados mais 231,7 mil idosos na faixa etária de 85 a 89 anos. No total, 7,2 milhões de pessoas devem receber a terceira dose do imunizante no estado.
Ministério da Saúde é contra CoronaVac como reforço
Antes de o governo de São Paulo iniciar o reforço da imunização, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a pasta não vai recomendaria o uso da Coronavac para a aplicação da terceira dose na imunização contra a covid-19. Segundo ele, a vacina da Pfizer será priorizada porque já possui registro definitivo na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Apesar de o Ministério da Saúde ter recomendado o uso das vacinas de Pfizer, AstraZeneca e Janssen como reforço na proteção contra a covid-19, os estados do Rio de Janeiro e São Paulo incluíram a Coronavac como uma opção para a dose extra. A aplicação de uma terceira dose da vacina do Butantan é segura e não causa reações graves, mas especialistas criticam a decisão de usá-la como dose de reforço porque ela é menos eficaz, especialmente entre os idosos.
Diante da polêmica, a Anvisa informou que o Instituto Butantan não apresentou dados ou estudos sobre a 3ª dose de reforço contra a covid-19. "Para que a Anvisa decida a terceira dose/reforço usando a vacina Coronavac, há necessidade de apresentação de estudos e dados que sustentem essa indicação e posologia. Esses dados não foram apresentados pelo Instituto Butantan", diz a nota publicada em seu site.
Ex-presidente da Anvisa é contra uso da Coronavac
A opção do governo do estado de São Paulo por manter a CoronaVac como opção para a dose de reforço que começa a ser aplicada hoje em idosos foi criticada pelo médico sanitarista e ex-presidente da Anvisa Gonzalo Vecina Neto.
Em entrevista ao UOL News, Vecina afirmou que a CoronaVac é um bom imunizante, mas que não conseguiu provar sua eficácia para pessoas acima de 60 anos.
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