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São Paulo deixa de exigir termo para vacinados com 2ª dose da Pfizer

O texto do termo afirma que a pessoa está recebendo uma vacina de segunda dose diferente da que tomou em primeira dose - iStock
O texto do termo afirma que a pessoa está recebendo uma vacina de segunda dose diferente da que tomou em primeira dose Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo*

14/09/2021 08h57Atualizada em 14/09/2021 20h06

O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, disse que a capital deixará de exigir, a partir de hoje, a assinatura de um "termo de ciência de intercambialidade" para pessoas que tomaram a primeira dose da AstraZeneca e a segunda da Pfizer.

Em entrevista ao Bom Dia São Paulo, da TV Globo, Aparecido disse que recebeu no início da manhã de hoje um novo instrutivo da secretaria estadual de Saúde tornado o documento facultativo. "Diante dessa mudança de posição, para facilitar o processo de vacinação, não vamos mais exigir o termo de ciência", explicou.

O texto do termo afirma que a pessoa está recebendo uma vacina de segunda dose diferente da que tomou em primeira dose e termina dizendo que o paciente recebe o imunizante "tendo realizado a avaliação de risco e benefício para proceder com a vacinação contra a covid-19". A medida causou insegurança em quem procurou os postos de imunização ontem, conforme mostrou o UOL.

Vacinados ouvidos pela reportagem relataram não ter sido informados com antecedência sobre o termo e que se sentiram inseguros ao assiná-lo.

Não será preciso assinar nada, é apenas comparecer para poder ser vacinado Edson Aparecido em entrevista à TV Globo

O intercâmbio de doses da vacina da AstraZeneca e da Pfizer tem aval do Ministério da Saúde e do comitê científico da OMS (Organização Mundial da Saúde). "As pessoas podem ficar tranquilas", assegurou o secretário.

A Prefeitura de São Paulo e governo estadual divergiram ontem quanto à obrigatoriedade de assinatura do termo. O governo paulista afirmou ao UOL que "o documento citado não é obrigatório, sendo facultada aos municípios a sua utilização. Trata-se de um Termo de Ciência e, como o próprio nome diz, visa informar ao próprio cidadão sobre a estratégia de imunização com intercambialidade".

Aparecido, no entanto, disse hoje que o instrutivo da secretaria estadual de Saúde enviado no sábado colocava como obrigatório o termo de ciência e, portanto, o município seguiu o processo ontem, primeiro dia da intercambilidade.

O UOL teve acesso à orientação do governo do estado aos municípios. Nele, o governo estadual escreveu: "A intercambialidade excepcional e emergencial só está autorizada para pessoas que estejam com segunda dose prevista entre 1º e 15 de setembro, assim essas pessoas que efetivaram a primeira dose com o imunobiológico da AstraZeneca poderão ter seu esquema vacinal completo com o uso da vacina do fabricante Pfizer, respeitando o intervalo entre as doses de 12 semanas, mediante assinatura de termo de ciência".

Procurada novamente, a secretaria de Saúde endossou que não se tratava de medida obrigatória e que ira atualizar o instrutivo, o que de fato ocorreu, segundo Aparecido.

A Prefeitura de São Paulo informou que ontem foram aplicadas 49.162 doses de Pfizer em pessoas que deveriam tomar AstraZeneca como segunda dose. Conforme o secretário, a administração municipal conseguiu mais 30 mil doses do imunizante da Pfizer para vacinar este público. "Tínhamos recebido 165 mil, conseguimos mais 30 mil nos nossos depósitos. Com isso, a gente chega a quase 200 mil doses que nós vamos poder fazer o intercâmbio."

Questionado se há previsão para a chegada de mais doses da AstraZeneca, o secretário disse que "infelizmente ainda não tem notícias".

* Com informações da reportagem de Leonardo Martins, do UOL, em São Paulo