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Drauzio: Ações do Ministério da Saúde nos últimos anos são 'um crime'

Colaboração para o UOL

27/09/2021 11h29

Lembrando a troca de ministros da Saúde no governo de Jair Bolsonaro (sem partido) desde o início da covid-19 no Brasil, o médico e escritor Drauzio Varella afirmou que o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, anda em corda bamba e falha como médico, profissão de formação do ministro. As críticas também foram direcionadas à instituição como um todo.

"Se analisar o que aconteceu no Ministério da Saúde nos últimos dois anos, é um crime", falou o médico e escritor ao UOL News. Drauzio elogiou o trabalho dos dois primeiros à frente pasta quando o coronavírus chegou ao Brasil, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, enquanto lamentou a atuação de Eduardo Pazuello e de Queiroga.

"Quando analisa as observações que o doutor Queiroga fez, você via que ele estava em corda bamba justificando o injustificável. Não podia defender uso de máscara e para evitar aglomerações, como que um médico vai contra isso?", disse. "Ele não tinha como ser médico e justificar as atitudes do presidente", completou.

Para Drauzio, se o presidente da República não utiliza a proteção pessoal, então um ministro não consegue incentivar a população a colocar máscara com sucesso. "E isso culminou na história de não vacinar mais adolescentes, que é uma vergonha nacional", afirmou.

Vacinação de adolescentes

Quase duas semanas atrás, o Ministério da Saúde fez uma nota recomendando que não se vacinassem mais adolescentes sem comorbidades. Na quinta-feira (23), a pasta voltou atrás e passou a orientar que o grupo seja sim vacinado. O único imunizante aprovado para a faixa etária é a Pfizer.

Apesar do primeiro aviso para que os estados e municípios suspendessem a cobertura vacinal de adolescentes, diversos locais continuaram aplicando o imunizante. O Ministério disse que precisava apurar a morte de uma jovem, que faleceu uma semana após tomar a Pfizer e teve o óbito prontamente explicado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como relacionado à doença autoimune da paciente. Além disso, a pasta queria investigar quantos adolescentes estavam recebendo vacinas de outras farmacêuticas.

"Olha a confusão que lança no país para depois voltar atrás, nunca houve unanimidade tão grande quanto com o que aconteceu nesse episodio, todos os médicos estavam de acordo (em manter a vacinação para adolescentes)", disse Drauzio. "O mais grave é que não foi o General Pazuello que fez isso, foi um médico (Queiroga), é o mais grave de tudo", completou.