Cremesp realiza 4 vistorias simultâneas em unidades da Prevent Senior
O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) realizou ontem quatro vistorias simultâneas em unidades de saúde da rede Prevent Senior. A operadora é alvo de denúncias de médicos e teve um dos seus representantes, o diretor-executivo Pedro Benedito Batista Júnior, indagado pela CPI da Covid no Senado Federal sobre suspeitas de usar pacientes como cobaias e de fraudar atestados de óbito.
De acordo com nota publicada no site do órgão, as vistorias feitas ontem foram nas unidades hospitalares de Higienópolis, Paraíso e Santo Amaro, e da sede administrativa, localizada na Av. Brigadeiro Luís Antônio, todas na capital paulista.
Durante a verificação foram pedidos "documentos comprobatórios dos atendimentos médicos, além de relatórios das Comissões de Revisão de Óbito, de Prontuário e de Ética Médica, como prontuários médicos, declarações de óbitos, bem como termos de consentimento para utilização de medicamentos off label. Também foram requeridos e avaliados relatórios e indicadores do Núcleo de Segurança do Paciente", explicou o Conselho.
Além da verificação, o Cremesp também solicitou informações sobre as áreas de telessaúde, farmacovigilância e tecnicovigilância da operadora de saúde.
"Durante as fiscalizações, dirigentes dos hospitais, como responsáveis técnicos e clínicos, estiveram presentes. Já na sede administrativa, além destes, um dos donos da Prevent Senior, Eduardo Parrilla, acompanhou a operação."
O Cremesp ainda destacou que já tinha realizado vistorias em unidades da operadora no ano passado e as informações obtidas estão em relatórios sigilosos que compõem essas fiscalizações.
O Conselho ainda explicou que as investigações seguem em sigilo e declarou "compromisso com a ética e com a defesa da boa Medicina, sempre visando a saúde e segurança da população".
O UOL tenta contato com a Prevent Senior para comentar as vistorias. Assim que a reportagem tiver retorno, atualizaremos a nota.
Denúncias contra a Prevent Senior
A Prevent Senior, que já é alvo de investigações no Ministério Público, na Polícia Civil e na CPI da Covid, é acusada de supostamente pressionar seus médicos conveniados a tratar pacientes com substâncias do "kit covid", como hidroxicloroquina, que não tem eficácia comprovada contra a covid-19.
A empresa também é suspeita de ter conduzido um estudo sobre a hidroxicloroquina no tratamento da doença sem avisar pacientes nem seus parentes. Tal estudo teria omitido mortes de pacientes, influenciando o resultado para dar a impressão de que o medicamento seria eficaz.
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, criou uma espécie de força-tarefa para investigar as denúncias contra a operadora.
Ontem, ainda, o plenário da Câmara Municipal de São Paulo também aprovou a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para analisar e investigar todas as ações da operadora de saúde Prevent Senior realizadas na capital paulista e relacionadas à covid 19.
Diante das acusações, a empresa vem argumentando que não havia orientação direta para uso da hidroxicloroquina ou cloroquina porque os médicos são livres para prescrever o medicamento que julgarem mais adequado para cada paciente. A empresa também nega que tenha adulterado qualquer estudo clínico.
Há suspeita de que pacientes que morreram em decorrência da covid tiveram seus atestados de óbito emitidos sem referência à doença causada pelo coronavírus, como Regina Hang, mãe do empresário Luciano Hang, dono da rede varejista Havan e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
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