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Queiroga sobre mortes por covid: De doença do coração são 380 mil todo ano

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, relativizou a marca de 600 mil mortos pela covid-19 no Brasil - Myke Sena/MS
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, relativizou a marca de 600 mil mortos pela covid-19 no Brasil Imagem: Myke Sena/MS

Colaboração para o UOL, em Alagoas

08/10/2021 22h14

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, relativizou a marca de 600 mil mortes provocadas pela covid-19 que o país atingiu hoje, ao ser questionado sobre o que faltou nas ações do governo federal para evitar que o Brasil perdesse tantas vidas.

Durante coletiva de imprensa, ao responder a pergunta feita por uma jornalista, o ministro declarou que o coronavírus é uma "emergência sanitária internacional" e que só de doenças relacionadas a problemas cardíacos, o Brasil perde anualmente mais de 380 mil vidas.

"Bom, em primeiro lugar, só de doença do coração são mais de 380 mil [mortes] todos os anos. Então se contar no mesmo período, nós teríamos também cifras alarmantes", disse Queiroga. "O câncer também tem elevada incidência de óbitos e a covid é uma emergência sanitária internacional que levou a óbitos em todos os locais do mundo", completou.

Além de relativizar a alta taxa de mortes provocadas pelo coronavírus, Marcelo Queiroga também atribuiu parte dessa responsabilidade aos estados e municípios ao afirmar que o combate ao vírus é uma "tarefa de todos nós". Ele diz que a pasta está "trabalhando para ter cada dia melhores resultados, não só com covid, mas com outros problemas".

País atingiu marca de 600 mil mortos por covid-19

O Brasil chegou à marca das 600 mil mortes por covid-19 com quase metade da população completamente vacinada contra o coronavírus, em meio à retomada do comércio e de eventos e na expectativa por uma sequência de feriados prolongados.

Hoje, a média móvel diária de mortes está abaixo de 500. Em abril —no pior momento da pandemia no país—, alcançou 3.125.

Entre janeiro e abril deste ano, o país somou quase 210 mil mortes. Em 17 de junho, atingimos 500 mil — de lá para cá, foram quase quatro meses e 100 mil vidas perdidas.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), disse ter havido "potencialização" e "politização" em relação às centenas de milhares de vidas perdidas.

"Em parte dá certo o nosso governo — não vou falar que é tudo 100% —, apesar da tal da pandemia, que houve uma potencialização, em que pesem as mortes. Lamentamos todas as mortes, mas houve uma politização enorme", afirmou o presidente.

Esta não foi a primeira vez que Bolsonaro reclama de ter havido exagero nos números da pandemia. Em junho, por exemplo, o mandatário chegou a dizer que o TCU (Tribunal de Contas da União) notificou excesso nos números da doença, mas o próprio órgão desmentiu o presidente e afirmou que o documento citado pelo político nunca foi anexado a nenhum sistema do TCU.

Um estudo publicado em maio pela Vital Strategies, uma organização de pesquisadores de saúde, aponta justamente o contrário do que insinua o presidente: a subnotificação de casos de covid-19 por causa da falta de testes poderia estar escondendo até 30% das mortes pela doença.

A marca de 600 mil mortos ocorre em um momento de arrefecimento da doença graças à vacinação da população, apesar do temor pela propagação da variante delta, considerada mais transmissível.