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Mortes por covid-19: TCU desmente fala de Bolsonaro sobre relatório

O presidente Jair Bolsonaro durante o lançamento do programa Voo Simples, no Palácio do Planalto. - Reprodução / Internet
O presidente Jair Bolsonaro durante o lançamento do programa Voo Simples, no Palácio do Planalto. Imagem: Reprodução / Internet

Do UOL, em São Paulo

07/06/2021 17h32Atualizada em 08/06/2021 13h34

O TCU (Tribunal de Contas da União) desmentiu hoje o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) após declaração feita mais cedo, na qual afirma que relatório do órgão questionava ao menos 50% das mortes em decorrência da covid-19.

"O TCU esclarece que não há informações em relatórios do tribunal que apontem que 'em torno de 50% dos óbitos por covid no ano passado não foram por covid'", disse o órgão, em nota enviada ao UOL.

Ministros do TCU também negaram a existência do relatório citado por Bolsonaro, conforme apuração realizada pela agência Estadão Conteúdo.

Durante conversa com apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília, Bolsonaro declarou nesta segunda-feira, 7, que um relatório do TCU aponta número inflado de mortes por covid-19 no Brasil.

"O relatório final, que não é conclusivo, disse que em torno de 50% dos óbitos por covid no ano passado não foram por covid, segundo o Tribunal de Contas da União", afirmou Bolsonaro a apoiadores. "Esse relatório saiu há alguns dias. Logicamente que a imprensa não vai divulgar. Já passei para três jornalistas com quem eu converso e devo divulgar hoje à tarde. Está muito bem fundamentado, todo mundo vai entender, só jornalista não vai entender", completou o presidente.

Mais de 470 mil mortos

O Brasil tem mais de 470 mil mortos por coronavírus. Desde o início da pandemia, Bolsonaro e aliados agem para minimizar o número de vidas perdidas em decorrência de covid-19. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), por exemplo, chegou a compartilhar nas redes sociais, em maio de 2020, notícias falsas de que o governo do Ceará estaria sepultando caixões vazios para inflar o número de vítimas da doença.

Na semana passada, ao justificar a realização da Copa América no Brasil, durante a pandemia, Bolsonaro novamente criticou as medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos. "Lamento as mortes, mas nós temos de viver. Se é para todo mundo ficar em casa, vamos determinar que é para o homem do campo ficar em casa também. Quero ver do que a cidade vai sobreviver", afirmou ele.

Em pronunciamento veiculado em rede nacional de rádio e TV, na quarta-feira, 2, Bolsonaro também exaltou a vacinação contra o vírus e comemorou a transferência de tecnologia para o laboratório da Fiocruz fabricar o imunizante da AstraZeneca por conta própria.

Na ocasião, o grupo de sete senadores independentes e de oposição na CPI da Covid, conhecido como G7, divulgou nota para criticar o pronunciamento do presidente. "A inflexão do presidente da República celebrando vacinas contra a covid-19 vem com um atraso fatal e doloroso", escreveram os senadores.