Pfizer negou ao Rio venda direta de vacina para crianças, diz secretaria
Um dia após o secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, afirmar que o município procurou a Pfizer para comprar diretamente vacinas contra a covid-19 para crianças de 5 a 11 anos, a pasta informou ao UOL que o laboratório negou o pedido.
Segundo explicou a SMS (Secretaria Municipal de Saúde) do Rio, o laboratório argumentou que, "diante do cenário atual de escassez de doses e emergência sanitária pelo mundo, está priorizando programas nacionais de imunização para o fornecimento de vacinas e que, com o governo brasileiro, já há três contratos". O UOL procurou a Pfizer e aguarda o retorno. Em caso de resposta, a reportagem será atualizada.
De acordo com a pasta municipal, a Pfizer explicou que o último contrato assinado com o governo federal ocorreu no dia 29 de novembro e o acordo estima a entrega de 100 milhões de doses do laboratório ao Brasil em 2022. Nas 100 milhões de doses estariam incluídas "as novas versões da vacina, inclusive para diferentes faixas etárias".
"Por causa desse acordo firmado com o Ministério da Saúde, a Pfizer indicou que, neste momento, não é possível dar andamento a uma negociação de fornecimento em nível municipal, estando a disponibilização das vacinas centralizadas no Programa Nacional de Imunização" do Ministério da Saúde, informou a Secretaria.
A vacinação contra a covid-19 em crianças de 5 a 11 anos com o imunizante da Pfizer foi liberada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 16 de dezembro, mas mesmo assim o governo decidiu abrir ontem uma consulta pública sobre o tema. O uso do imunizante da Pfizer foi aceito para a aplicação em duas doses com três semanas de intervalo entre elas. Antes do aval, a imunização estava autorizada apenas para maiores de 12 anos.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) é contra a vacinação de crianças e atacou técnicos da Anvisa que atuaram na liberação do imunizante da Pfizer para crianças.
São Paulo também fez o pedido
Gorinchteyn detalhou ainda que, caso a farmacêutica não retorne de forma positiva sobre a venda direta de 9 milhões de doses, o governo pretende judicializar a causa no STF (Supremo Tribunal Federal).
Não podemos aguardar essa indefinição em um momento pandêmico. Dessa maneira, o próprio governador (de SP João Doria, do PSDB) solicitou que até a tarde de hoje nós devemos ter um posicionamento (da Pfizer). Caso ele seja negativo, nós entraremos, através da Procuradora-Geral do Estado, com uma ação no STF.
Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo, ao UOL News
A fala dita pelo secretário de Saúde é contrária às medidas adotadas pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que declarou no início da semana não haver pressa para o aval sobre a imunização infantil contra o novo coronavírus.
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